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Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...

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ealizados por Artur Gomes de Morais (citado anteriormente nesta seção) que usou<br />

como procedimento metodológico a “brincadeira de escrever errado de propósito”. O<br />

objetivo do estudo foi avaliar o nível de conhecimento ortográfico da criança, uma<br />

vez que para cometer intencionalmente um erro seria necessário o domínio da<br />

norma. As três regras investigadas foram o emprego dos sufixos oso, esa e eza<br />

(regra morfossintática), uso do R/RR e nasalização diante de consoantes (regras de<br />

contexto). Em termos mais gerais os resultados apontaram que a escolaridade está<br />

relacionada tanto ao desempenho ortográfico das crianças, quanto à sua habilidade<br />

em transgredir intencionalmente a norma. No entanto, um achado é bastante<br />

interessante nesta pesquisa: ele mostra que o baixo desempenho na tarefa do erro<br />

intencional nem sempre reflete um parco desempenho ortográfico, porque as<br />

crianças com boa ortografia não realizam transgressões nos contextos em que não<br />

há mais dúvidas quanto à grafia, ou naqueles que ainda não foram identificados<br />

como problemáticos. Inversamente, pode-se ver um desempenho baixo na tarefa de<br />

erro intencional com crianças que possuem um rendimento ortográfico ruim, porque<br />

nestes casos a criança não possui qualquer conhecimento da regra, não<br />

problematizando a grafia do que quer escrever.<br />

Queiroga, Lins e Pereira (2006) investigaram a relação entre desempenho<br />

ortográfico e conhecimento morfossintático de crianças de 2ª e 4ª séries, das redes<br />

publica e particular, utilizando tarefas de ditado de palavras e pseudopalavras,<br />

apresentadas em contexto para serem completadas e tarefa de analogia de<br />

palavras, a qual as crianças tiveram que identificar a similaridade e justificar suas<br />

respostas. Foi encontrado um efeito preditivo do conhecimento morfossintático sobre<br />

o desempenho ortográfico na escrita de palavras e pseudopalavras, pois esse<br />

conhecimento favorece o domínio ortográfico, na medida em que possibilita às<br />

crianças maior entendimento dos processos de formação das palavras. Entretanto<br />

constatou-se um melhor desempenho dos participantes na prova de ditado,<br />

mostrando que há influência de pistas mnemônicas na escrita das grafias<br />

convencionais e que nem sempre a capacidade de uso gerativo é transferida para a<br />

escrita de pseudopalavras. Ao comparar o desempenho dos alunos das duas redes<br />

de ensino, observaram-se diferenças significativas a favor da escola particular em<br />

todas as provas, indicando que o tipo de escolaridade parece exercer influência<br />

sobre a habilidade de uso das pistas morfossintáticas, e também mais facilidade na<br />

explicitação desse conhecimento. Todavia, houve uma evolução na apropriação da<br />

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