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Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...

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alfabetizadas e dez alfabetizadas, de escola municipal, foi avaliado por Paes e<br />

Pessoa (2005) com o intuito de se verificar o nível de seu desenvolvimento e<br />

correlacioná-lo ao processo de alfabetização. Com respeito, especificamente à prova<br />

de segmentação de frases em palavras, as autoras puderam observar que houve<br />

uma diminuição de desempenho com o aumento do número de palavras na frase em<br />

crianças não alfabetizadas, mas contrariamente houve um aumento considerável do<br />

desempenho das crianças alfabetizadas mesmo com o aumento do número de<br />

palavras que deveriam ser segmentadas na frase.<br />

Pode-se inferir que quanto mais tempo de exposição à alfabetização a criança<br />

tiver, mais influências desta recebem as suas habilidades fonológicas, podendo<br />

refletir em sua apropriação da escrita com a diminuição, embora discreta, das<br />

ocorrências de junção e separação indevidas de palavras, conforme mostrado no<br />

próprio trabalho de Zorzi (1998). Assim, segundo Paula (2007) este é um campo da<br />

ortografia que sofre interferência da fonologia por muitos anos de escolarização, pois<br />

pode constatar que as estruturas das hipersegmentações frequentemente<br />

encontradas na escrita inicial de crianças, seriam resultado do trânsito desta criança<br />

escritora nas práticas sociais de oralidade.<br />

Inversamente, outras pesquisas brasileiras longitudinais realizadas por<br />

Chacon (2004) e Capristano (2007) sugerem que este comportamento na escrita<br />

não está vinculado estritamente a fatos de natureza fonético-fonológica, apontando<br />

para um funcionamento normal da escrita infantil, que poderia ser reduzido a<br />

problemas no modo de apropriação de aspectos do código escrito.<br />

Chacon (2005) estudou as hipersegmentações e as hipossegmentações na<br />

escrita infantil, com o intuito de verificar se estas ocorrências são frutos exclusivos<br />

de seu trânsito por práticas de oralidade ou de seu trânsito por práticas de<br />

letramento. O autor verificou que na alfabetização, o que mais insistentemente está<br />

em questão, de um ponto de vista linguístico, é a relação sujeito-língua –<br />

possibilitada pelo movimento de muitas e complexas práticas de oralidade e de<br />

letramento que, entrelaçadas, compõem o universo de linguagem do aprendiz da<br />

escrita. É a ação dessas práticas sobre a criança e/ou a reflexão que ela faz sobre<br />

elas que mais se mostram nas ocorrências de hipersegmentações.<br />

Estes estudos levam à reflexão de que as manifestações da<br />

hipersegmentação e da hiposegmentação encontradas na escrita de escolares com<br />

dislexia ou distúrbio de aprendizagem não podem ser caracterizadas como próprias<br />

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