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Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...

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Quanto aos estados emocionais e motivacionais irregulares, considerados por<br />

Baeza e Beuchat (1999) como causa da origem de erros ortográficos, Macedo (2005,<br />

p. 96), refere que “[...] aprende-se a escrever, escrevendo, aprende-se a ler, lendo.<br />

Gostar de realizar tais tarefas está diretamente relacionado ao domínio que se tem<br />

das mesmas [...]”, pois os escolares, e ninguém, gostam daquilo que é exigido além<br />

do que eles podem fazer, causando frustrações contínuas porque, obviamente, não<br />

podem simplesmente abandonar a trajetória acadêmica.<br />

A segunda situação, defendida por Baeza e Beuchat (1999), aponta para a<br />

natureza do próprio idioma espanhol, cujas relações regulares entre os fonemas e<br />

grafemas são bem menores do as relações irregulares, além da complexidade da<br />

acentuação e da pontuação. Com esta hipótese concorda Zorzi (1998, 2003), que<br />

refere em seus estudos ser a natureza da nossa língua, do português do Brasil,<br />

muitas vezes de difícil compreensão dada as suas irregularidades, uma das causas<br />

do aparecimento de erros ortográficos na escrita dos escolares.<br />

Outra causa referida por Baeza e Beuchat (1999) é a da metodologia de<br />

ensino adotada, normalmente com instrução deficitária e técnicas de ensino<br />

inadequadas à ortografia. Neste ponto, alguns pesquisadores brasileiros (CAGLIARI,<br />

1999a, 2002; MORAIS, 1998, 2009; SCLIAR-CABRAL, 2003b, GRIGALEVICIUS,<br />

2007; ZANELLA, 2007) são unânimes, quando em suas pesquisas expõem análises<br />

críticas acerca das práticas usuais do ensino da ortografia em nosso país, dizendo<br />

que nos últimos anos o ensino desta não evoluiu, quando comparado a outros<br />

aspectos do ensino da língua portuguesa, porque os professores continuam não<br />

tendo metas que definam quais são os avanços que esperam promover nos<br />

conhecimentos ortográficos dos escolares a cada série do ensino fundamental.<br />

Por último os fatores ambientais, ligados à exposição prolongada a padrões<br />

ortográficos incorretos, nas situações das propagandas veiculadas, tanto na televisão<br />

como em meio impresso, quando estas a pretexto de estratégia publicitária,<br />

anunciam com escritas incorretas, sendo as crianças ainda não conscientes da<br />

aplicação das normas ortográficas em seu contexto sócio-cultural. Esta suposição<br />

defendida por Baeza e Beuchat (1999) não encontra similaridade com nenhuma<br />

situação brasileira, portanto não sendo descrita por pesquisadores nacionais.<br />

Em síntese, a disortografia pode ter sua etiologia nos transtornos<br />

neuropsicológicos e cognitivo-linguísticos, pelas alterações de base auditivas e<br />

visuais, sendo uma entidade pura/legítima ou em comorbidade/associação com a<br />

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