Andrea Oliveira Batista DESEMPENHO ORTOGRÁFICO DE ...
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alfabético no sistema de escrita do português do Brasil, acabam fazendo a<br />
manutenção da situação de desconhecimento da notação ortográfica correta pelos<br />
escolares.<br />
É evidente que não se pode falar em disortografia pura antes do final do 4º<br />
ano do ensino fundamental, porque como corroboram diversos autores, a aquisição<br />
da escrita tem caráter evolutivo e desenvolve-se ao longo dos primeiros anos de<br />
escolaridade (MORAIS, 1996; MORAIS, 1998; ZORZI, 2003; CAPELLINI et al., 2008;<br />
CAPELLINI; CUNHA; BATISTA, 2009) e, também por isso, os escolares cometem<br />
erros de apropriação da escrita durante a aprendizagem até que, progressivamente,<br />
dominam de maneira segura o sistema ortográfico (SEYMOUR; ARO; ERSKINE,<br />
2003; CAPOVILLA et al., 2004; CAPELLINI; CONRADO, 2009). Todavia, a dislexia<br />
pode ser detectada mais precocemente do que a disortografia (CARAVOLAS;<br />
VOLÍN, 2001; CAPELLINI, 2004, 2006; KEILMANN; WINTERMEYER, 2008).<br />
A criança que apresenta a disortografia passa por todas as etapas na<br />
aquisição da ortografia que uma criança sem disortografia passa, porém com mais<br />
lentidão, em consequência do transtorno, para alcançar a escrita ortográfica, uma vez<br />
que muitas vezes nem a escrita alfabética se consolida, por ser, na maioria dos<br />
casos, dependente exclusivamente da aprendizagem da criança (DIAS; ÁVILA,<br />
2008). Nesse caso, são subjacentes as alterações das habilidades metalinguísticas,<br />
tanto as metafonológicas (CAPELLINI; SMYTHE, 2008) quanto as metamorfológicas<br />
(MORAIS, 2009), as quais decorrem de transtornos neuropsicológicos e cognitivo-<br />
linguísticos, sendo a perturbação das habilidades metafonológicas um dos sintomas<br />
mais significativos de erros de escrita ligados à fase alfabética e as perturbações<br />
metamorfológicas mais implicadas com os erros de escrita ligados à fase ortográfica.<br />
Segundo Fletcher e colaboradores (2009), as causas da disortografia não são<br />
claramente elucidadas, pela própria complexidade em se identificar as crianças com<br />
disortografia pura que tenham certo grau de independência dos próprios transtornos<br />
de escrita, disortografia / disgrafia / produção textual, assim como dos outros<br />
transtornos de aprendizagem. Para estes autores a alteração em alguns processos<br />
cognitivos básicos já foi identificada, mediante pesquisa neurobiológica, mas estes<br />
tendem a ser compartilhados.<br />
Baeza e Beuchat (1999) citam quatro situações que podem estar vinculadas à<br />
origem dos erros ortográficos. A primeira diz respeito aos fatores internos, como as<br />
deficiências sensoriais, principalmente audição e visão; aos problemas de ordem<br />
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