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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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a minha cassação [...]. Por isso a cidade se chocou. Chocou. Goiânia, olhe...”<br />

[silêncio]. 157<br />

Iris admite que um administra<strong>do</strong>r só t<strong>em</strong> sucesso se montar uma boa equipe<br />

para lhe dar sustentação administrativa e política. “Aí está o grande segre<strong>do</strong> de um<br />

governo, seja ele municipal, estadual ou federal. Para mim [os assessores] são os bois de<br />

carro. O carreiro é o coordena<strong>do</strong>r, mas se você não t<strong>em</strong> bois de carro bons eles não<br />

arrastam o carro.” 158 Ele se considera “muito criterioso” para escolher uma pessoa com<br />

“motivação para crescer ou até para conservar o nome de bom político.” Não vê como<br />

um probl<strong>em</strong>a um auxiliar com projeto eleitoral. Aliás, “pelo contrário, se ele t<strong>em</strong><br />

pretensão, se esforça mais ainda porque quer se consolidar.”<br />

Montar sua equipe lhe deu trabalho <strong>em</strong> 1965, antes da posse. Naquela época, o<br />

diretório <strong>do</strong> PSD elaborava a lista com seus indica<strong>do</strong>s para os cargos nas prefeituras e<br />

no governo e encaminhava-a ao chefe político, o sena<strong>do</strong>r Pedro Lu<strong>do</strong>vico. A assinatura<br />

de Pedro no <strong>do</strong>cumento era a palavra final: o prefeito tinha de acatar os nomes<br />

indica<strong>do</strong>s pelo parti<strong>do</strong>. Pedro apadrinhava as indicações <strong>do</strong>s diretórios, que <strong>em</strong><br />

retribuição, eram leais a sua liderança. Mauro Borges foi o primeiro a romper com essa<br />

tradição, e o fez porque era filho <strong>do</strong> chefe político, o único com liberdade para enfrentar<br />

o pai. Nomeou quadros administrativos fora das indicações <strong>do</strong> PSD para um governo<br />

inova<strong>do</strong>r que buscava a racionalidade administrativa e a execução de um plano de<br />

metas.<br />

Iris tinha ambições administrativas e conta que quis repetir a ousadia de<br />

Mauro. Ele l<strong>em</strong>bra que recebeu a lista de secretariáveis <strong>do</strong> PSD – com o visto de Pedro<br />

Lu<strong>do</strong>vico – 30 dias depois de eleito. Na relação, informa, constavam os nomes de<br />

pessoas como Veneran<strong>do</strong> de Freitas, o primeiro prefeito da cidade, Alípio Gonçalves,<br />

que já tinha si<strong>do</strong> secretário <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, Arquimedes Pereira Lima, entre outros. Ele conta<br />

que não fez comentário e, <strong>em</strong> silêncio, foi estudar outros nomes. Buscou Nion Albernaz,<br />

professor de mat<strong>em</strong>ática, que tinha si<strong>do</strong> seu colega na Câmara Municipal, para ser o<br />

secretário de Finanças. Da Câmara, ele também tirou Perseu Matias. L<strong>em</strong>brou-se de<br />

José Pereira, um engenheiro que tinha si<strong>do</strong> seu colega na Escola Técnica de Comércio<br />

de Campinas, mas era pouco conheci<strong>do</strong> na política; de Ueste de Oliveira, assessor<br />

157<br />

Entrevista, ibid<strong>em</strong>.<br />

158<br />

Entrevista <strong>em</strong> 28/1/2008.<br />

99

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