18.06.2013 Views

CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mandato <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r José Lu<strong>do</strong>vico de Almeida. 83 A vitória de José Feliciano<br />

Ferreira (PSD), <strong>em</strong> outubro de 1958, foi fragorosa: 52% contra 39,5% <strong>do</strong> candidato da<br />

UDN–PSP, César da Cunha Bastos (Campos, 2004, p. 89). Coube ao governo de José<br />

Feliciano (1959–1960) recuperar a força heg<strong>em</strong>ônica <strong>do</strong> PSD (Aquino, 2005).<br />

Iris Rezende acompanhava esses acontecimentos da presidência à frente da<br />

Câmara de Goiânia. Em 1960 aceitou o convite de Jaime Câmara para visitar o líder <strong>do</strong><br />

PSD.<br />

A casa <strong>do</strong> dr. Pedro à noite era uma romaria. Líder político que vinha <strong>do</strong> interior pra resolver<br />

probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> Goiânia obrigatoriamente tinha de passar pela casa <strong>do</strong> dr. Pedro. Era aquela<br />

manifestação de consideração e de obediência. [...] Mas nesse dia, eu notei, que ele largou<br />

to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e ficou comigo conversan<strong>do</strong> mais de meia hora. [...] A primeira vez. Ele era um<br />

político excepcional. B<strong>em</strong>, aquilo me cativou. 84<br />

Iris teve outros encontros com Pedro Lu<strong>do</strong>vico, também “superficiais” como o<br />

primeiro. Ele afirma ter si<strong>do</strong> a mulher de Pedro Lu<strong>do</strong>vico, Gercina Borges Teixeira,<br />

qu<strong>em</strong> o aproximou <strong>do</strong> líder político <strong>do</strong> PSD. Na campanha de Mauro Borges a<br />

governa<strong>do</strong>r, <strong>em</strong> 1960, ela pediu a Iris, principal liderança de Campinas, para<br />

acompanhá-la “de casa <strong>em</strong> casa” para pedir voto a seu filho. Ele l<strong>em</strong>bra que Gercina<br />

Borges t<strong>em</strong>ia que Mauro repetisse as votações <strong>do</strong>s candidatos de Pedro Lu<strong>do</strong>vico <strong>em</strong><br />

Campinas. Segun<strong>do</strong> Iris, a população <strong>do</strong> bairro “era contra mesmo” os candidatos <strong>do</strong><br />

PSD, porque Campinas abriu mão de ser cidade, virou bairro e não recebeu retorno <strong>do</strong><br />

governo por meio de investimento <strong>em</strong> infra-estrutura. “De repente virou um centro de<br />

prostituição; não tinha asfalto, não tinha esgoto, não tinha nada. Tu<strong>do</strong> era construí<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

Goiânia; eu que consegui água e esgoto com o [governa<strong>do</strong>r José] Feliciano. Mas aquele<br />

descui<strong>do</strong>... A preocupação era construir a cidade [Goiânia].” 85<br />

Outro fato que, segun<strong>do</strong> narra, ainda dificultava a campanha de Mauro era a<br />

popularidade <strong>em</strong> Campinas de Juca Lu<strong>do</strong>vico, adversário de Mauro na eleição de 1960.<br />

83 Em 1956, a Ass<strong>em</strong>bléia Legislativa aprova projeto de reforma constitucional, com apenas <strong>do</strong>is votos de<br />

deputa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> PSD, fazen<strong>do</strong> coincidir o mandato <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> prefeito com o <strong>do</strong> presidente da<br />

República. A segunda votação ocorre <strong>em</strong> 1957. No entanto, o sena<strong>do</strong>r Domingo N. Velasco recorre ao<br />

Supr<strong>em</strong>o Tribunal Federal, que considerou inconstitucionais <strong>do</strong>is artigos <strong>do</strong> projeto. O acor<strong>do</strong> que visava<br />

prorrogar o mandato <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r Juca Lu<strong>do</strong>vico teve apoio da UDN, aliança que provou uma crise que<br />

posteriormente levou Juca a romper com Pedro Lu<strong>do</strong>vico e a deixar o PSD (Campos, 2004, p. 37). Ver<br />

também Aquino, 2005.<br />

84 Entrevista <strong>em</strong> 2/12/2006.<br />

85 Entrevista, ibid<strong>em</strong>.<br />

72

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!