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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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[Pinheiro de Abreu] vinha da política de Itaberaí, era <strong>do</strong> PSD, tinha ligações<br />

familiares.” 113 A falta de tradição política foi inicialmente um <strong>em</strong>pecilho a sua carreira,<br />

mas Iris admite que, posteriormente, foi um ponto positivo. Ele considera que estreou<br />

na política <strong>em</strong> uma época <strong>em</strong> que havia três correntes: uma ligada à UDN, uma ligada<br />

ao PSD e a terceira, ainda incipiente, que era a política de esquerda, mais comum no<br />

movimento estudantil.<br />

Para Iris, sua eleição para verea<strong>do</strong>r <strong>em</strong> 1958 não ocorreu por nenhuma dessas<br />

três correntes, porque o PTB, apesar de ter si<strong>do</strong> apêndice <strong>do</strong> PSD, estava coliga<strong>do</strong> com<br />

a oposição. O rompimento foi t<strong>em</strong>porário – os <strong>do</strong>is parti<strong>do</strong>s se aliaram novamente <strong>em</strong><br />

1960 –, mas ainda assim foi suficiente para Iris não se considerar um verea<strong>do</strong>r<br />

lu<strong>do</strong>viquista. Ele observa que o PTB não tinha lideranças trabalhistas expressivas, como<br />

o PSD e a UDN. “Não tinha o chefão para dizer sim ou não; eram líderes mais<br />

esparsos.” 114 Na sua opinião a votação recorde para verea<strong>do</strong>r que obteve despertou a<br />

atenção não só <strong>do</strong>s políticos, mas lhe deu credibilidade para passos seguintes. A eleição<br />

para deputa<strong>do</strong> estadual, novamente como campeão de votos, aju<strong>do</strong>u-o a “angariar<br />

respeitabilidade política.” “Quan<strong>do</strong> me candidatei a prefeito, a minha candidatura não<br />

era a de um qualquer. Era a <strong>do</strong> verea<strong>do</strong>r e a <strong>do</strong> deputa<strong>do</strong> mais vota<strong>do</strong> <strong>em</strong> duas eleições<br />

sucessivas. Eu entrei com credibilidade eleitoral junto à própria comunidade.” 115 Sua<br />

orig<strong>em</strong> política nessa “possível terceira via”, segun<strong>do</strong> suas palavras, tornou-o simpático<br />

à classe política:<br />

Eu não era alvo da ira da UDN, porque tinha feito campanha para Galeno Paranhos, para<br />

César Bastos, duas candidaturas a governa<strong>do</strong>r, uma <strong>em</strong> 54 e a outra <strong>em</strong> 58. Mas quan<strong>do</strong> eu<br />

senti que, para galgar posições elevadas eu tinha de ter respal<strong>do</strong> de parti<strong>do</strong> grande, corri e fui<br />

para o PSD. E fui, exatamente pela impressão positiva que o governo Mauro deixava. Aquilo<br />

coincidia muito com meus ideais de estudante, de mudança. 116<br />

Iris alimentou uma relação para<strong>do</strong>xal com as correntes políticas. Ao mesmo<br />

t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que se firmava como deputa<strong>do</strong> combativo <strong>do</strong> PSD e líder <strong>do</strong> governo de<br />

Mauro Borges, mantinha boas relações com os oposicionistas e com os militares. O<br />

marechal Ribas Júnior foi uma <strong>do</strong>s primeiros militares de qu<strong>em</strong> ele se aproximou. Iris o<br />

conheceu no Rio de Janeiro, antes de sua posse, quan<strong>do</strong> acompanhou um grupo de<br />

113<br />

Entrevista, ibid<strong>em</strong>.<br />

114<br />

Entrevista, ibid<strong>em</strong>.<br />

115<br />

Entrevista, ibid<strong>em</strong>.<br />

116<br />

Entrevista, ibid<strong>em</strong>.<br />

83

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