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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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103<br />

sonda<strong>do</strong> novamente a mudar de parti<strong>do</strong>. Ela acabara de perder a convenção <strong>do</strong> PMDB<br />

para Ulysses Guimarães, escolhi<strong>do</strong> o candidato a presidente da República, e conta que<br />

foi procura<strong>do</strong> na mesma noite pelo então presidente José Sarney e pelo ministro das<br />

Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, para que fosse candidato a presidente por<br />

outra legenda. Ele recusou a proposta: “Eu ia me violentar, sain<strong>do</strong> no PMDB. Eu me<br />

violentaria.” 171 Iris ficou no PSD até sua extinção, depois se filiou ao MDB até este<br />

virar PMDB.<br />

Ele sabe que não precisa presidir o diretório regional para ter controle sobre o<br />

parti<strong>do</strong>, basta exercer autoridade sobre a estrutura partidária. E isso ele faz manten<strong>do</strong>-se<br />

como expectativa de poder para seus segui<strong>do</strong>res. Ele mesmo só foi presidente <strong>do</strong> PMDB<br />

<strong>em</strong> 2003, depois que já estava s<strong>em</strong> mandato, e por pouco t<strong>em</strong>po, até se eleger prefeito<br />

de Goiânia, <strong>em</strong> 2004. A liderança de um parti<strong>do</strong>, <strong>em</strong> sua opinião, é mantida com a<br />

expectativa ou a realização <strong>do</strong> poder e com algo mais. Segun<strong>do</strong> ele, o líder partidário<br />

precisa da confiança <strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros da direção. Um diretório estadual é composto por<br />

mais de c<strong>em</strong> pessoas: 45 titulares, os suplentes e os delega<strong>do</strong>s.<br />

É claro que eu s<strong>em</strong>pre tive influência, é claro que o parti<strong>do</strong> existe como ferramenta <strong>em</strong> busca<br />

<strong>do</strong> poder. O parti<strong>do</strong> que não busca o poder não t<strong>em</strong> senti<strong>do</strong>. Poder é a ferramenta para ele<br />

executar seus projetos. É claro que sen<strong>do</strong> prefeito, depois governa<strong>do</strong>r, me proporcionava voz<br />

ativa, porque eu tinha contato com todas as lideranças. Eu s<strong>em</strong>pre fui de uma liberalidade<br />

extraordinária, s<strong>em</strong>pre. 172<br />

Iris não aceita as críticas internas de que é controla<strong>do</strong>r e que ofusca outras<br />

lideranças. Para se defender, afirma que apoiou ou lançou candidaturas de muitos<br />

pe<strong>em</strong>edebistas, caso de Henrique Santillo, que disputou o governo <strong>em</strong> 1986; de Sandro<br />

Mabel, candidato a prefeito de Goiânia, <strong>em</strong> 1992, quan<strong>do</strong> era um recém-chega<strong>do</strong> ao<br />

PMDB; de Luiz Bittencourt, também a prefeito de Goiânia, <strong>em</strong> 1996, vencen<strong>do</strong> na<br />

convenção o deputa<strong>do</strong> Barbosa Neto, “que praticamente nasceu dentro <strong>do</strong> parti<strong>do</strong>.” “Eu<br />

nunca tive grupo, meu grupo s<strong>em</strong>pre foi o parti<strong>do</strong>. Tinha o grupo <strong>do</strong> fulano, <strong>do</strong> sicrano,<br />

eu não; meu grupo é to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.” 173<br />

171 Entrevista <strong>em</strong> 16/7/2007.<br />

172 Entrevista <strong>em</strong> 28/1/2008.<br />

173 Entrevista, ibid<strong>em</strong>. Como Iris Rezende se considera um político vocaciona<strong>do</strong> ele entende que deve ser<br />

unanimidade no parti<strong>do</strong>. Daí essa afirmação de que não t<strong>em</strong> grupo, seu grupo, nessa sua concepção, é o<br />

parti<strong>do</strong>. Só que há divergências internas, inclusive questionan<strong>do</strong> seu coman<strong>do</strong>, mas ele não as considera,<br />

pois se coloca <strong>em</strong> uma posição acima disso.

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