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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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dessa usina), <strong>em</strong> ro<strong>do</strong>vias, na criação da Companhia Agrícola <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Goiás<br />

(Casego), para investimento no setor agrícola. Nas palavras de Campos, as mudanças<br />

introduzidas no governo de Mauro Borges “já estavam <strong>em</strong> processo de gestação nos<br />

governos anteriores” (2004, p. 44).<br />

Feliciano foi um “solda<strong>do</strong> pessedista” (Aquino, 2005) que cumpriu com<br />

“primor” a preparação <strong>do</strong> caminho para a eleição de Mauro Borges a governa<strong>do</strong>r, <strong>em</strong><br />

1960. Ele era um político da inteira confiança de Pedro Lu<strong>do</strong>vico Teixeira, este a “força<br />

ordenante” 230 <strong>do</strong> PSD (2005, p. 226) que exercia autoridade rara e incontestada pelos<br />

pessedistas. Feliciano seguia “à risca as ordens <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> e não deixava sua vaidade<br />

<strong>do</strong>miná-lo” (2005, p. 285). O comandante continuava a ser o sena<strong>do</strong>r Pedro Lu<strong>do</strong>vico<br />

Teixeira.<br />

O PSD goiano era “[...] um parti<strong>do</strong> de quadros, de base aristocrática, fraco<br />

conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong>utrinário, com conduta heg<strong>em</strong>ônica e tendência ao personalismo<br />

centraliza<strong>do</strong>” (Aquino, 2005, p. 216). O autor se pergunta qual a orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> poder de<br />

Pedro Lu<strong>do</strong>vico Teixeira. Conclui que ele <strong>em</strong>anava de algumas práticas políticas<br />

consolidadas, como o controle <strong>do</strong>s diretórios municipais <strong>do</strong> PSD. Eram os diretórios<br />

que organizavam o eleitora<strong>do</strong> durante as eleições, e Pedro mantinha com estes um bom<br />

relacionamento.<br />

Partia dele as ordens para os diretórios executar<strong>em</strong>. Qu<strong>em</strong> descumpria era<br />

coloca<strong>do</strong> na categoria de “trai<strong>do</strong>res” e leva<strong>do</strong>s, depois, a viver o “ostracismo político”<br />

(2005, p. 233).. Ele mantinha o controle das instâncias partidárias, trocan<strong>do</strong> fidelidade<br />

política por cargos no governo. A qu<strong>em</strong> discordava, restava apenas a porta de saída <strong>do</strong><br />

PSD. 231 Pedro Lu<strong>do</strong>vico era “[...] o acionista majoritário, não só porque usava de<br />

méto<strong>do</strong>s coercitivos para impor suas decisões, mas pelo fato de ter um formidável<br />

capital eleitoral que lhe concedia grande autonomia com relação ao parti<strong>do</strong>” (2005, p.<br />

229).<br />

230 Aquino (2005, nota 34) entende por “forças ordenantes” a falta de autonomia <strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros de um<br />

parti<strong>do</strong> diante da cúpula decisória, quan<strong>do</strong> os parlamentares não têm liberdade para votar de acor<strong>do</strong> com<br />

suas consciências ou conveniências.<br />

231 Aquino cita três crises internas no PSD que levaram ao afastamento de importantes lideranças<br />

pessedistas: <strong>em</strong> 1946, quan<strong>do</strong> uma dissidência propiciou a fundação <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Social Progressista (PSP);<br />

a segunda, <strong>em</strong> 1954, quan<strong>do</strong> o deputa<strong>do</strong> federal Galeno Paranhos migrou para a UDN, e a terceira, <strong>em</strong><br />

1957, quan<strong>do</strong> o governa<strong>do</strong>r Juca Lu<strong>do</strong>vico tentou a aprovação <strong>do</strong> projeto de prorrogação de seu mandato<br />

(op. cit. p. 234).Ver também Campos, 2004, p. 59–60.

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