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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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Nessa época, Iris era deputa<strong>do</strong> estadual da oposição e integrava o grupo de<br />

Pedro Lu<strong>do</strong>vico Teixeira. Foi nessa condição que ele disputou a Prefeitura de Goiânia.<br />

A eleição para governa<strong>do</strong>r, sena<strong>do</strong>r, deputa<strong>do</strong> federal, estadual e prefeito ocorreu <strong>em</strong> 3<br />

outubro de 1965, quan<strong>do</strong> os militares estavam há mais de um ano no poder. Iris avalia<br />

que o PSD passou por uma crise profunda após a deposição de Mauro. “Depois que o<br />

Mauro saiu <strong>do</strong> governo, descontrolou tu<strong>do</strong>, aí não havia mais oposição [à ditadura<br />

militar]. Ninguém n<strong>em</strong> queria ser candidato a prefeito, nada.” 120 Ele acha que “to<strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> foi toma<strong>do</strong> de covardia.” “Eu s<strong>em</strong>pre fui atrevi<strong>do</strong>. Não tinha me<strong>do</strong> de perder<br />

mandato n<strong>em</strong> de ser preso. Se eu tivesse me<strong>do</strong> de perder mandato não tinha enfrenta<strong>do</strong><br />

esse general lá no hotel.” 121<br />

A campanha de 1965 ocorreu sob forte pressão <strong>do</strong>s militares a favor das<br />

candidaturas governistas: Otávio Lage, para governa<strong>do</strong>r; Coimbra Bueno, para sena<strong>do</strong>r,<br />

e Juca Lu<strong>do</strong>vico para prefeito de Goiânia, pelos parti<strong>do</strong>s alia<strong>do</strong>s ao governo militar. O<br />

PSD d<strong>em</strong>orou a escolher seu candidato a governa<strong>do</strong>r. Iris Rezende saiu à frente e<br />

confirmou sua candidatura a prefeito de Goiânia <strong>em</strong> um pronunciamento na TV <strong>em</strong> 10<br />

de julho. O candidato a governa<strong>do</strong>r preferi<strong>do</strong> <strong>do</strong> sena<strong>do</strong>r Pedro Lu<strong>do</strong>vico era Peixoto da<br />

Silveira, mas ele sofria restrições nos meios militares e no próprio PSD. Castello<br />

preferia José Feliciano, porque Peixoto não tinha “trânsito nos meios<br />

revolucionários.” 122 Parte <strong>do</strong> PSD também preferia outro candidato, Gerson de Castro<br />

Costa, mas Pedro bateu o martelo a favor de Peixoto.<br />

A campanha de Otávio Lage começara há quase um mês e recebia ampla<br />

cobertura <strong>do</strong>s jornais, quan<strong>do</strong> o PSD realizou sua convenção, <strong>em</strong> 26 de julho. Peixoto<br />

venceu a disputa interna contra o deputa<strong>do</strong> Castro Costa. Em seu primeiro discurso<br />

como candidato, proclamou sua fidelidade à “revolução” e garantiu que não era “antirevolucionário”<br />

123 . Pedro Lu<strong>do</strong>vico conclamou seus correligionários <strong>em</strong> seu discurso ao<br />

final da convenção a um comportamento modera<strong>do</strong> na campanha, mas aproveitou para<br />

repetir suas denúncias de pressões eleitorais. A oposição pisava <strong>em</strong> ovos: t<strong>em</strong>ia uma<br />

120 Entrevista <strong>em</strong> 28/1/2008.<br />

121 Entrevista, ibid<strong>em</strong>.<br />

122 O Popular, 18/7/65.<br />

123 O Popular, 27/7/65.<br />

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