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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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101<br />

Ele afirma que uma pessoa com muito conhecimento técnico <strong>em</strong> uma área<br />

n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong> facilidade de administrar. “Não adianta um bom engenheiro <strong>em</strong> uma<br />

Secretaria de Obras se ele não é capaz de administrar.” Ele prefere o oposto: alguém<br />

com capacidade de liderança, mas s<strong>em</strong> conhecimento técnico na área.<br />

A primeira coisa que essa pessoa vai fazer é escolher um especialista e colocar <strong>do</strong> seu la<strong>do</strong>.<br />

Então a competência [<strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r ou prefeito] se mostra no momento <strong>em</strong> que ele vai<br />

compor a equipe. Se ele escolhe um cidadão que não é da área, mas capaz de montar uma boa<br />

equipe para esta área, vai <strong>em</strong>bora. Quan<strong>do</strong> eu indiquei o professor Rubens Carneiro para a<br />

Pavicap, o Crea [Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura] [...] entrou na Justiça [...].<br />

Eu disse não, e na diretoria técnica botei um engenheiro. E ganhei [na Justiça]. Eles me<br />

perguntaram: “Iris, por que não um engenheiro, mas o Rubens Carneiro?” “Porque o Rubens<br />

está prova<strong>do</strong> por dez engenheiros. Ele não era capaz de ficar para<strong>do</strong> um minuto. Dirigin<strong>do</strong> a<br />

escola, dava para a gente ver se o cara dá conta de alguma coisa.” Foi aquele show, show, um<br />

professor. 164<br />

Ele admite que é centraliza<strong>do</strong>r. Seus auxiliares têm autonomia para<br />

desenvolver projetos, mas só os executam com a concordância <strong>do</strong> chefe. Para ele, essa é<br />

uma centralização “que dá certo.” Iris não se importa com as críticas ao seu centralismo<br />

(que, segun<strong>do</strong> ele, part<strong>em</strong> <strong>do</strong>s intelectuais), porque ele não se elegeu prefeito ou<br />

governa<strong>do</strong>r “para atender esses teóricos da política, esses sociólogos da administração<br />

pública.” O povo o elege, diz, para resulta<strong>do</strong>, coisa que “s<strong>em</strong>pre” mostrou. “Eu nunca<br />

fui eleito governa<strong>do</strong>r ou prefeito para preocupar com meu comportamento com auxiliar.<br />

Quan<strong>do</strong> eu convi<strong>do</strong> uma pessoa para me ajudar eu já digo ‘olha, eu sou assim, comigo<br />

não t<strong>em</strong> férias, não t<strong>em</strong> <strong>do</strong>mingo, eu quero viver tu<strong>do</strong>’. Eu quero dar palpite <strong>em</strong> tu<strong>do</strong>,<br />

dia e noite.” 165<br />

Iris sente-se injustiça<strong>do</strong> por não ser reconheci<strong>do</strong> como um administra<strong>do</strong>r<br />

eficiente. Ele entende o poder público “como um instrumento de busca de b<strong>em</strong>-estar<br />

social”, “como instrumento de luta, de realização”.<br />

Fui prefeito a primeira [vez], governa<strong>do</strong>r duas vezes, estou hoje na prefeitura. [...] A minha<br />

política é a <strong>do</strong> trabalho. Por quê? Porque eu comecei a minha vida pública como prefeito e<br />

como verea<strong>do</strong>r no Esta<strong>do</strong> que estava a precisar de tu<strong>do</strong> quanto era infra-estrutura. Goiânia não<br />

tinha infra-estrutura quase nenhuma na área de urbanização. O Esta<strong>do</strong> não tinha estrada, não<br />

tinha energia rural, não tinha escola suficiente, não tinha hospital. Para você ter uma idéia,<br />

quan<strong>do</strong> eu fui governa<strong>do</strong>r eu construí mil salas de aula <strong>em</strong> um mês, não tinha uma criança fora<br />

de sala de aula por falta de espaço. Então eu entendia que o Esta<strong>do</strong> t<strong>em</strong> de proporcionar<br />

ensino, o Esta<strong>do</strong> t<strong>em</strong> de proporcionar saúde. Eu tenho um mérito muito grande no<br />

desenvolvimento de Goiás, os adversários da gente relutam, mas... 166<br />

164 Entrevista <strong>em</strong> 16/7/2007.<br />

165 Entrevista, ibid<strong>em</strong>.<br />

166 Entrevista <strong>em</strong> 17/4/2007.

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