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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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p. 45). Essas condições econômicas propiciam a organização de uma força de oposição<br />

combativa. 221<br />

129<br />

A oposição era formada por homens liga<strong>do</strong>s à propriedade da terra; uma<br />

dissidência oligárquica, que luta pela superação da condição de atraso e de periferia <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> e que defendia a modernização, “colocan<strong>do</strong>-se contra a oligarquia <strong>do</strong>minante,<br />

obstáculo à consolidação da incorporação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> ao merca<strong>do</strong> capitalista nacional”<br />

(1990, p. 54).<br />

Para Macha<strong>do</strong>, a Revolução de 30 <strong>em</strong> Goiás decorreu da efervescência política<br />

nacional, o que acabou por refletir o momento final da estrutura oligárquicofamiliocrática<br />

brasileira. Em Goiás ela decorreu de questões internas e também<br />

externas. Internamente, o movimento nasceu na Questão <strong>do</strong> Judiciário (ver nota 6), se<br />

fortaleceu com a Aliança Liberal, teve sua base teórica na cidade de Goiás e de prática<br />

efetiva no Su<strong>do</strong>este, <strong>em</strong> especial <strong>em</strong> Jataí e <strong>em</strong> Rio Verde, onde vivia Pedro Lu<strong>do</strong>vico<br />

Teixeira (1990, p. 56)<br />

Os oposicionistas já tinham se alia<strong>do</strong> à Aliança Liberal e, com a vitória <strong>do</strong><br />

Movimento de 30, ascenderam ao poder. 222 A ideologia <strong>do</strong> progresso ganha a ord<strong>em</strong> <strong>do</strong><br />

dia <strong>em</strong> Goiás com a vitória <strong>do</strong>s outubristas. O progresso se daria pela superação <strong>do</strong><br />

atraso, por meio da implantação de novos meios de comunicação, pelo desenvolvimento<br />

das potencialidades <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e ainda pela “superação da mentalidade retrógrada que<br />

barrava o caminho <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção a seu futuro” (1990, p. 123). Pedro Lu<strong>do</strong>vico<br />

reforçou o discurso de rompimento com o atraso, como d<strong>em</strong>onstra <strong>em</strong> seu livro de<br />

m<strong>em</strong>órias:<br />

Atribuo o pouco ponderável progresso <strong>do</strong> vosso Esta<strong>do</strong> ao fato de nele ainda não ter podi<strong>do</strong><br />

surgir um centro urbano com to<strong>do</strong>s os el<strong>em</strong>entos necessários para se expandir e estimular as<br />

221 Na capital, a oposição foi liderada por Mário D’Alencastro Caia<strong>do</strong>, primo-primeiro de Antônio Ramos<br />

Caia<strong>do</strong>. Os primos romperam o relacionamento depois de uma disputa judicial, que ficou conhecida como<br />

Questão <strong>do</strong> Judiciário, <strong>em</strong> torno da lei que permitiu ao sena<strong>do</strong>r Caia<strong>do</strong> a posse de aproximadamente<br />

1.071.476 hectares de terra às margens <strong>do</strong> Rio Araguaia, nas fazendas Tesouras e Aricá (Macha<strong>do</strong>, 1990,<br />

p. 49), durante o governo de Brasil Ramos Caia<strong>do</strong>, irmão de Totó. A oposição, que reunia Americano <strong>do</strong><br />

Brasil e Domingos Neto Vellasco, forma o Parti<strong>do</strong> Republicano de Goiás e posteriormente adere à<br />

Aliança Liberal, organizada <strong>em</strong> 1929 por oligarquias dissidentes de Minas Gerais, <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul e<br />

da Paraíba. Mas se frustra quan<strong>do</strong> enfrenta os Caia<strong>do</strong> e perde nas urnas. Ver também sobre o rompimento<br />

entre Mario Caia<strong>do</strong> e Antônio Ramos Caia<strong>do</strong> <strong>em</strong> CHAUL, Nasr Fayd (Coord.). Coronelismo <strong>em</strong> Goiás:<br />

estu<strong>do</strong>s de casos e famílias. Goiânia: Mestra<strong>do</strong> <strong>em</strong> História/UFG, 1998, p. 231–2).<br />

222 Em 29 de outubro de 1930, Pedro Lu<strong>do</strong>vico Teixeira assume como m<strong>em</strong>bro da Junta Governativa,<br />

composta ainda por Mário Caia<strong>do</strong> e Emílio Povoa. Três s<strong>em</strong>anas depois, um decreto presidencial acaba<br />

com a junta e nomeia Lu<strong>do</strong>vico interventor <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.

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