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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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134<br />

média de 10,5% de 1950/1960. O Esta<strong>do</strong> produziu <strong>em</strong> 1970 uma riqueza calculada <strong>em</strong><br />

R$ 6,608 bilhões e chegou na década de 80 geran<strong>do</strong> R$ 23,237 bilhões, crescimento de<br />

251,64%, um indício de que, antes desse perío<strong>do</strong>, a economia goiana ainda dava seus<br />

primeiros passos rumo à produção de riquezas para o merca<strong>do</strong>. Na década seguinte,<br />

1980/1990, houve uma acomodação, mas ainda assim o PIB registrou crescimento de<br />

24,9%, fechan<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>em</strong> R$ 28,783 bilhões. 229<br />

Mesmo que essas mudanças tenham relação direta com a expansão <strong>do</strong><br />

capitalismo brasileiro, e indireta com as ações administrativas da era Pedro Lu<strong>do</strong>vico, a<br />

idéia de que ele é o político responsável pela reforma e modernização das estruturas <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> inscreveu-se na m<strong>em</strong>ória coletiva de seu grupo e da história goiana (história,<br />

vale repetir, como conceituada por Halbwachs, isto é, como tu<strong>do</strong> o que faz com que um<br />

perío<strong>do</strong> se distinga <strong>do</strong>s outros, sobre o qual os livros e as narrativas <strong>em</strong> geral<br />

apresentam apenas um quadro muito esqu<strong>em</strong>ático e incompleto), posterior a Revolução<br />

de 30 – realizada <strong>em</strong> Goiás, segun<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong>, por uma “elite moderniza<strong>do</strong>ra”.<br />

A ideologia <strong>do</strong> progresso inscrita na m<strong>em</strong>ória coletiva desse grupo político<br />

compõe o espólio de Pedro Lu<strong>do</strong>vico após sua morte. Ele é a representação <strong>do</strong> político<br />

que difundiu a ruptura com o atraso e com o isolamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, que promoveu a<br />

transição para um Esta<strong>do</strong> moderno, <strong>em</strong> condições de se inserir na economia de merca<strong>do</strong>,<br />

conforme declarou na sua entrevista a Rocha. O discurso mudancista foi uma constante<br />

nos governos da era lu<strong>do</strong>viquista, de 1930 até a deposição de Mauro Borges, <strong>em</strong> 1964 –<br />

desconta<strong>do</strong> o único intervalo oposicionista, entre 1947 e 1950, <strong>do</strong> governo de Jerônimo<br />

Coimbra Bueno. O governo de José Lu<strong>do</strong>vico de Almeida (1955–1958) apresenta um<br />

programa de governo, paralelamente ao Plano de Metas <strong>do</strong> governo de Juscelino<br />

Kubitschek, que priorizava investimentos <strong>em</strong> energia elétrica e transporte. A Centrais<br />

Elétricas de Goiás (Celg) foi criada nesse governo. As ações <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r também<br />

foram decisivas na mudança da capital federal para Goiás.<br />

O governo de José Feliciano Ferreira (1959–1960), segun<strong>do</strong> Campos,<br />

preocupou-se <strong>em</strong> oferecer condições para maior produtividade, seja investin<strong>do</strong> nos<br />

setores de energia (construção de redes de distribuição da energia produzida pela Usina<br />

Hidrelétrica de Cachoeira Dourada e planejamento da construção da segunda etapa<br />

229 É importante considerar a divisão <strong>do</strong> território goiano <strong>em</strong> 1989, com a criação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Tocantins,<br />

ano <strong>em</strong> que o PIB goiano ficou praticamente estável, crescen<strong>do</strong> apenas 0,13%.

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