CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...
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quais t<strong>em</strong> <strong>do</strong>mínio. “Certa vez o deputa<strong>do</strong> Moisés Abrão, cota<strong>do</strong> para ocupar um cargo<br />
no primeiro governo de Iris, me disse que ele lhe deu a seguinte justificativa para não<br />
nomeá-lo: ‘Você é um hom<strong>em</strong> rico, como é que vou poder mandar <strong>em</strong> você?’”,<br />
rel<strong>em</strong>bra o jornalista Jackson Abrão <strong>em</strong> entrevista a esta pesquisa<strong>do</strong>ra. 250<br />
A afinação entre a equipe foi fundamental <strong>em</strong> sua primeira experiência<br />
administrativa e percebida pela revista Realidade (1966) ao acompanhar quatro dias de<br />
trabalho de Iris na prefeitura de Goiânia. “To<strong>do</strong> secretaria<strong>do</strong> – escolhi<strong>do</strong> entre os<br />
amigos de Iris, <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que ele começou na política como verea<strong>do</strong>r – são<br />
admira<strong>do</strong>res <strong>do</strong> prefeito (sic), <strong>em</strong>penha<strong>do</strong> <strong>em</strong> fazer tu<strong>do</strong> o que seu chefe mandar.”<br />
Havia uma divisão de tarefas, segun<strong>do</strong> informa a revista. O secretário da Fazenda, Nion<br />
Albernaz, promoveu “economia e rigorosa política de recolhimento de impostos”. Era<br />
também “confidente e conselheiro particular <strong>do</strong> prefeito”. Vecci, hom<strong>em</strong> das Relações<br />
Públicas, “é encarrega<strong>do</strong> de sair pelos armazéns, pedin<strong>do</strong> comida e bebida de graça para<br />
os mutirões”. D. Elina, secretária de Educação, é chefe de cozinha nos mutirões. Passa o<br />
dia resolven<strong>do</strong> probl<strong>em</strong>as nas escolas e arrecadan<strong>do</strong> pratos, talheres e utensílios de<br />
cozinha nas casas comerciais. Perseu Matias é a pessoa mais diretamente ligada ao<br />
prefeito. “Segura tu<strong>do</strong> que não precisa ser leva<strong>do</strong> a Iris e, quan<strong>do</strong> leva alguma coisa, já<br />
t<strong>em</strong> opinião formada” (Realidade, 1966, p.29).<br />
Depois de montar a equipe, Iris articulou a fundação da autarquia responsável<br />
pela construção das obras públicas, a principal meta de sua administração. Ele decidiu<br />
criar a Superintendência de Pavimentação e Obras da Capital (Pavicap) antes da posse e<br />
chegou a tratar <strong>do</strong> assunto com diretores de bancos, conforme seu relato no capítulo<br />
anterior. O projeto de lei chegou à Câmara de Goiânia no início de fevereiro e foi<br />
aprova<strong>do</strong> <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po recorde, <strong>em</strong> apenas três dias. Em 7/2/66, a Câmara encaminhou à<br />
prefeitura o autógrafo de Lei 3.354 para ser sanciona<strong>do</strong> pelo prefeito Iris Rezende. 251<br />
Ele também tinha decidi<strong>do</strong> tomar outras providências para driblar as dificuldades<br />
financeiras <strong>do</strong> município: aumentar os impostos e promover mutirões nos bairros.<br />
250 Entrevista <strong>em</strong> 3/7/2008.<br />
251 A lei que criou a Pavicap sofreu várias alterações. Em 14 de abril de 1983, o prefeito Nion Albernaz<br />
encaminhou projeto de lei à Câmara solicitan<strong>do</strong> autorização para a liquidação definitiva da <strong>em</strong>presa, já<br />
iniciada <strong>em</strong> 29 de abril de 1980 pela Lei 5.653. Informações disponíveis no Centro de Documentação da<br />
Câmara de Goiânia.