CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...
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Henrique Santillo e o ex-prefeito Iris Rezende Macha<strong>do</strong> eram os principais. Cada um, a<br />
seu mo<strong>do</strong>, considerava ter os predica<strong>do</strong>s para ser o sucessor. Mauro era filho, portanto,<br />
herdeiro natural. Teve uma carreira política de sucesso: deputa<strong>do</strong> federal mais vota<strong>do</strong><br />
<strong>em</strong> 1958 e governa<strong>do</strong>r (1961–1964), com uma gestão moderna de reestruturação e<br />
modernização administrativa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, que foi brutalmente interrompida pela<br />
intervenção federal <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro de 1964.<br />
Iris Rezende foi cassa<strong>do</strong> no auge de sua popularidade na prefeitura de Goiânia,<br />
<strong>em</strong> 1969, depois de duas eleições recordes (verea<strong>do</strong>r, <strong>em</strong> 1958, e deputa<strong>do</strong> estadual, <strong>em</strong><br />
1962). Henrique Santillo fun<strong>do</strong>u o MDB <strong>em</strong> Anápolis, foi prefeito <strong>em</strong> 1970 e deputa<strong>do</strong><br />
estadual <strong>em</strong> 1974. Elegeu-se sena<strong>do</strong>r <strong>em</strong> 1978, cargo que exercia por ocasião da morte<br />
de Pedro Lu<strong>do</strong>vico. Era um grande ora<strong>do</strong>r, um <strong>do</strong>s sena<strong>do</strong>res da oposição mais<br />
combativos no Sena<strong>do</strong> Federal, uma das poucas trincheiras de luta contra a ditadura<br />
militar. A questão mais complexa é identificar qual a herança política deixada por Pedro<br />
Lu<strong>do</strong>vico que seus afilha<strong>do</strong>s almejavam herdar.<br />
3.2 – A revolução de 1930 e o espólio de Pedro Lu<strong>do</strong>vico Teixeira<br />
Pedro Lu<strong>do</strong>vico Teixeira começou sua carreira política 49 anos antes de sua<br />
morte, antes de 1930. Começou a inscrever seu nome na história <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> com a<br />
Revolução de 30, quan<strong>do</strong> ele e outros importantes líderes da oposição goiana uniram-se<br />
ao grupo de Getúlio Vargas e assumiram o poder <strong>em</strong> Goiás. Os chama<strong>do</strong>s outubristas<br />
difundiram os ideais de progresso e de desenvolvimento como contraponto ao perío<strong>do</strong><br />
anterior a 30, classifica<strong>do</strong> como de atraso político, econômico e social de Goiás. 218 Os<br />
218 Campos (2003) afirma que o marco da Primeira República no Esta<strong>do</strong> é 1909, ano da revolução que<br />
derrotou o xavierismo e de redução <strong>do</strong> poder político <strong>do</strong> bulhonismo, que não conseguiram atender às<br />
d<strong>em</strong>andas da pecuária. A Revolução de 1909 ocorreu com a união de forças heterogêneas (os Caia<strong>do</strong>, os<br />
Bulhões, os Abrantes e Gonzaga Jaime) para depor o Parti<strong>do</strong> Republicano Federal de Goiás e seu líder,<br />
José Xavier de Almeida (Gomes, Chaul e Barbosa, 1994). A Oposição Republicana, como se<br />
autodenominaram os oposicionistas ao xavierismo, lançou Urbano Coelho Gouvêa pelo Parti<strong>do</strong><br />
D<strong>em</strong>ocrata, cria<strong>do</strong> naquele ano, para disputar a eleição a presidente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> contra o candidato<br />
xavierista, Hermenegil<strong>do</strong> Lopes de Morais Filho. A oposição perdeu no voto, mas buscou as armas para<br />
vencer pela força. Urbano assumiu a presidência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>; Leopol<strong>do</strong> de Bulhões, o Sena<strong>do</strong> e Antônio de<br />
Ramos Caia<strong>do</strong>, o Totó Caia<strong>do</strong>, e Marcelo Francisco da Silva, a Câmara Federal (2003, p. 135). Começava<br />
aí a era <strong>do</strong>s Caia<strong>do</strong>, heg<strong>em</strong>ônica de 1912 a 1930.