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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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de seus direitos políticos decretada com a cassação de seu mandato, <strong>em</strong> 17 de outubro<br />

de 1969.<br />

Um hom<strong>em</strong> extr<strong>em</strong>amente ex<strong>em</strong>plar pela corag<strong>em</strong> cívica, pelo respeito pela coisa pública e<br />

pelas grandes obras, como a construção de Goiânia, um marco no desenvolvimento de Goiás.<br />

Administrativa e politicamente, Goiás conhece duas fases: antes e depois de Pedro Lu<strong>do</strong>vico.<br />

Ele foi um ex<strong>em</strong>plo de honestidade, de fidelidade aos companheiros políticos; na<br />

administração pública, construin<strong>do</strong> [sic] orgulho na população de Goiânia, tanto [na de] agora<br />

como na futura. (O Popular, 17/8/79, p. 3).<br />

O sepultamento, às 16 horas da sexta-feira, reuniu os principais nomes <strong>do</strong><br />

MDB <strong>em</strong> Goiás, políticos que viveram sob a liderança de Pedro Lu<strong>do</strong>vico. Antes de o<br />

corpo descer à sepultura ao som <strong>do</strong> tango La cumparsita, um desejo de Pedro, falaram<br />

os sena<strong>do</strong>res Henrique Santillo e Lázaro Barbosa, representan<strong>do</strong> o Sena<strong>do</strong>, o deputa<strong>do</strong><br />

estadual Walteno Araújo, pela Ass<strong>em</strong>bléia Legislativa, Paulo Campos, ex-deputa<strong>do</strong> e<br />

também um político cassa<strong>do</strong>, e Iris Rezende, <strong>em</strong> seu nome e <strong>em</strong> nome “de to<strong>do</strong>s os<br />

companheiros <strong>do</strong> silêncio imposto pelo arbítrio”. (O Popular, 18/8/79, p. 5).<br />

O MDB, parti<strong>do</strong> de oposição ao regime militar, já estava <strong>em</strong> plena atividade<br />

política, organizan<strong>do</strong>-se para os futuros <strong>em</strong>bates eleitorais. Um dia antes da morte de<br />

Pedro Lu<strong>do</strong>vico, o parti<strong>do</strong> tinha transforma<strong>do</strong> os eventos de inauguração de obras da<br />

prefeitura de Cristalina <strong>em</strong> um grande encontro político da oposição, com a presença <strong>do</strong><br />

ex-governa<strong>do</strong>r Mauro Borges e <strong>do</strong> ex-prefeito Iris Rezende. Os <strong>do</strong>is discursaram. Iris<br />

criticou o governo militar, que deixava a população revoltada “porque poucos<br />

enriqueceram e muitos ficaram pobres”. Mauro Borges destacou a importância da<br />

unidade oposicionista “principalmente pelas reconquistas das liberdades políticas.” (O<br />

Popular, 16/8/79, p. 8).<br />

Na mesma edição <strong>em</strong> que revelava a morte de Pedro Lu<strong>do</strong>vico, O Popular fez<br />

um retrospecto de suas últimas atividades políticas. Ele articulava com os alia<strong>do</strong>s os<br />

preparativos para a volta da eleição direta para governa<strong>do</strong>r com a red<strong>em</strong>ocratização <strong>do</strong><br />

País, que na época já se prenunciava com a discussão <strong>do</strong> projeto de Lei da Anistia,<br />

aprova<strong>do</strong> <strong>em</strong> 22 de agosto pelo Congresso. O jornal republicou uma entrevista<br />

concedida por Lu<strong>do</strong>vico <strong>em</strong> que ele defendia a candidatura de Iris Rezende a<br />

governa<strong>do</strong>r de Goiás, por acreditar “que politicamente o nome de Iris é o mais forte<br />

devi<strong>do</strong> ao sentimento de gratidão” que a população nutria <strong>em</strong> relação ao prefeito<br />

cassa<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1969. Pedro Lu<strong>do</strong>vico defendia que seu filho, Mauro Borges, disputasse a<br />

eleição para sena<strong>do</strong>r e que Henrique Santillo completasse seu mandato de sena<strong>do</strong>r (O<br />

Popular, 17/8/79, p.5).

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