CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...
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Iris Rezende começou a engatinhar na política <strong>em</strong> uma época <strong>em</strong> que havia<br />
<strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s: ou alia<strong>do</strong> <strong>do</strong> maior líder político da época, Pedro Lu<strong>do</strong>vico Teixeira, ou seu<br />
adversário. Seu batismo político ocorreu <strong>em</strong> 1950, na Escola Técnica de Goiânia. Ele<br />
interessou-se pela política estudantil na segunda s<strong>em</strong>ana de aula. O presidente <strong>do</strong><br />
grêmio estudantil da Escola Técnica de Goiânia entrou <strong>em</strong> sua sala para informar que<br />
haveria eleição para representante de classe. No dia seguinte, retornou para promover a<br />
eleição. Cinco alunos, Iris entre eles, candidataram-se. A votação foi aberta e Iris<br />
venceu sua primeira disputa. Era ainda um estudante ingênuo que nada conhecia sobre<br />
política. Participava das reuniões <strong>do</strong> grêmio como representante de classe, mas gostava<br />
mesmo <strong>do</strong>s cursos de oratória promovi<strong>do</strong>s pela entidade e de participar <strong>do</strong>s congressos<br />
estudantis. No segun<strong>do</strong> ano, elegeu-se representante da Escola Técnica de Goiânia ao<br />
congresso estadual <strong>em</strong> Anápolis.<br />
A política estudantil secundarista era muito atuante, muito forte. Havia os congressos<br />
nacionais secundaristas, eu ia a to<strong>do</strong>s. Fui a Natal <strong>em</strong> um avião da FAB. De vez <strong>em</strong> quan<strong>do</strong><br />
arranjava isso. Na época da Escola Técnica Federal eu participava <strong>do</strong>s congressos estaduais.<br />
Eram eleitos cinco representantes <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para o [congresso] nacional. Eu me l<strong>em</strong>bro que<br />
nós fiz<strong>em</strong>os encontros estaduais <strong>em</strong> Anápolis, Goiânia, Morrinhos, Catalão. Em Catalão fui<br />
escolhi<strong>do</strong> para ser, pela primeira vez, congressista nacional. Fui pra Natal. 42<br />
Seu interesse pelo movimento estudantil o levou a ser presença constante nos<br />
eventos da entidade. Em 1952, ele integrou uma das sete chapas que se candidataram ao<br />
grêmio da Escola Técnica de Goiânia. O livro de atas 43 <strong>do</strong>s anos de 1952 e 1953 <strong>do</strong><br />
Grêmio Lítero-Teatral registra sua participação <strong>em</strong> praticamente todas as reuniões. Seu<br />
nome aparece pedin<strong>do</strong> a palavra para opinar sobre os t<strong>em</strong>as <strong>em</strong> debate ou quan<strong>do</strong><br />
nomea<strong>do</strong> m<strong>em</strong>bro de comissões para comandar atividades na escola.<br />
No segun<strong>do</strong> ano <strong>do</strong> Liceu e no primeiro na escola de Campinas, Iris elege-se<br />
presidente <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is grêmios ao mesmo t<strong>em</strong>po, o Castro <strong>Alves</strong>, da Escola Técnica de<br />
Comércio de Campinas, e o Félix de Bulhões, <strong>do</strong> Liceu de Goiânia. Novamente uma<br />
rotina intensa, como a que ele viveu na roça: estudava <strong>em</strong> <strong>do</strong>is turnos nos <strong>do</strong>is cursos <strong>do</strong><br />
ensino médio e presidia os <strong>do</strong>is grêmios. O movimento estudantil era vibrante na década<br />
de 50. Repercutia o momento nacional de red<strong>em</strong>ocratização <strong>do</strong> País. “A juventude<br />
brasileira atravessava um perío<strong>do</strong> de afirmações, de conquistas e de participação efetiva<br />
na vida <strong>do</strong> País; a voz estudantil podia ser ouvida e as lideranças estudantis<br />
42 Entrevista <strong>em</strong> 2/12/202006.<br />
43 Esse livro-ata encontra-se no arquivo pessoal de Iris Rezende e foi um presente de Edmilson Gomes da<br />
Silveira Júnior, ex-presidente da União Goiana <strong>do</strong>s Estudantes.<br />
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