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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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133<br />

fato relevante tomava corpo” (2004, p. 49). 226 Na época da construção de Brasília,<br />

segun<strong>do</strong> Rabelo, o Esta<strong>do</strong> experimentava significativo crescimento, como revela o PIB<br />

goiano no perío<strong>do</strong> 1950/1960: crescimento de 10,5% ao ano, enquanto o País registrou<br />

média de 6,0%. O crescimento da população no Esta<strong>do</strong> foi de 6,3% contra média de<br />

3,5% <strong>do</strong> País (2004, p. 49–50).<br />

As conseqüências práticas dessa virada só seriam sentidas com mais<br />

intensidade pela economia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> a partir da década de 70. A formação de merca<strong>do</strong><br />

interno, com a urbanização da população, a construção de Brasília e de to<strong>do</strong> um<br />

complexo ro<strong>do</strong>viário com a Belém–Brasília, que diminuiria o isolamento geográfico <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, e a expansão da fronteira agrícola motivada pela ocupação <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong><br />

transformaram a economia goiana de subsistência <strong>em</strong> uma economia de merca<strong>do</strong>,<br />

mudança que começou a ser captada pelo Produto Interno Bruto (PIB). Estu<strong>do</strong> da<br />

Secretaria de Planejamento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (Seplan) mostra que a taxa de crescimento <strong>do</strong> PIB<br />

goiano foi b<strong>em</strong> superior a <strong>do</strong>is dígitos entre 1971 e 1975, chegan<strong>do</strong> a impressionantes<br />

30,74%, <strong>em</strong> 1972, e 24,29%, <strong>em</strong> 1975. 227<br />

O IBGE passou a calcular o PIB brasileiro a partir de 1985. Antes, os<br />

levantamentos eram feitos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A série mais antiga<br />

obtida pela Seplan é a partir de 1970. Analisan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s desse estu<strong>do</strong>, 228 e<br />

comparan<strong>do</strong>-os com os da<strong>do</strong>s cita<strong>do</strong>s por Rabelo, é possível afirmar que a economia<br />

goiana deu um salto na década de 70: crescimento médico anual de 14,22%, contra a<br />

226 Para a historia<strong>do</strong>ra Ana Lúcia Silva, a penetração da estrada de ferro foi um marco na integração de<br />

Goiás na economia de merca<strong>do</strong> ao acelerar o processo de compra e de venda de merca<strong>do</strong>rias. Ao la<strong>do</strong> da<br />

estrada de ferro, um conjunto de estradas de rodag<strong>em</strong> que começaram a cortar o sul e su<strong>do</strong>este goiano<br />

colaborou para maior inserção de Goiás na economia de merca<strong>do</strong> antes de 1930 (Silva, 2001, p. 99-100).<br />

Essa integração de Goiás na economia de merca<strong>do</strong> deve ser considerada proporcionalmente à realidade da<br />

época: um avanço, se leva<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta o isolamento geográfico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s grandes centros<br />

consumi<strong>do</strong>res e produtores de matéria-prima antes da estrada de ferro, mas ainda longe de transformar a<br />

economia de subsistência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma economia de merca<strong>do</strong>, esta concretizada nos anos 70.<br />

227 As taxas de crescimento <strong>do</strong> PIB goiano no início da década de 70 foram as seguintes: 16,8% <strong>em</strong> 1971;<br />

30,74% <strong>em</strong> 1972; 20,04% <strong>em</strong> 1973; 11,18% <strong>em</strong> 1974, e 24,29% <strong>em</strong> 1975. Entre 1970 e 2005, perío<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

estu<strong>do</strong> da Seplan, o PIB registrou apenas crescimento, à exceção de <strong>do</strong>is anos (-4,24% <strong>em</strong> 1981 e -2,93%<br />

<strong>em</strong> 1983). Os índices <strong>do</strong> início da década de 70 foram os mais altos <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> e b<strong>em</strong> superiores aos<br />

11,03% de 1979 e 9,2% de 1980. Informações <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> PIB <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Goiás – Preços Constantes de<br />

2005 (R$ milhão), elabora<strong>do</strong> pela Gerência de Contas Regionais da Seplan/Sevin, usan<strong>do</strong> como fonte<br />

FGV, IBGE e Seplan/GO.<br />

228 A Gerência de Contas Regionais da Seplan, comandada pela economista Dinamar Ferreira Marques,<br />

reuniu os PIBs elabora<strong>do</strong>s pela FGV e pelo IBGE (1970 a 2005), nos valores das moedas de cada época, e<br />

atualizou a preços <strong>do</strong> real <strong>em</strong> 2005. O PIB saltou de R$ 6,608 bilhões <strong>em</strong> 1970 para R$ 50,536 bilhões<br />

<strong>em</strong> 2005, colocan<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong> <strong>em</strong> 9º lugar no ranking nacional, atrás <strong>do</strong> Distrito Federal, Santa Catarina,<br />

Bahia, Paraná, Rio Grande <strong>do</strong> Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

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