CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...
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uma situação caótica <strong>em</strong> 1966. Iris transforma a cidade <strong>em</strong> um canteiro de obras e faz<br />
uma “administração revolucionária”, “a maior façanha” de sua vida. Em 1983, o Esta<strong>do</strong><br />
passava por dificuldades, não havia investimentos públicos e os salários <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res<br />
estavam atrasa<strong>do</strong>s <strong>em</strong> vários meses. Como pano de fun<strong>do</strong>, o Brasil vivia uma grave<br />
crise econômica. Iris organizou um plano de investimentos <strong>em</strong> ro<strong>do</strong>vias que <strong>do</strong>braria a<br />
malha ro<strong>do</strong>viária asfaltada <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. 242 Em 1991, depois <strong>do</strong> rompimento político com<br />
o então governa<strong>do</strong>r Henrique Santillo, novamente assume o Esta<strong>do</strong> <strong>em</strong> crise financeira e<br />
imprime seu estilo administrativo, de forte investimento <strong>em</strong> infra-estrutura.<br />
Destaco ainda na configuração <strong>do</strong> carisma de Iris Rezende seu cuida<strong>do</strong> com a<br />
formação da equipe de auxiliares e com o controle da estrutura partidária. Weber<br />
observa que manter um <strong>do</strong>mínio exige que “a conduta humana seja condicionada à<br />
obediência para com os senhores que pretend<strong>em</strong> ser os porta<strong>do</strong>res <strong>do</strong> poder legítimo”.<br />
Esclarece que, <strong>em</strong> virtude da obediência, “o <strong>do</strong>mínio organiza<strong>do</strong> exige o controle <strong>do</strong><br />
quadro de pessoal executivo e os impl<strong>em</strong>entos materiais da administração” (1982, p.<br />
100).<br />
Em troca de serviços leais, os líderes partidários distribu<strong>em</strong> cargos. É por isso<br />
que todas as lutas partidárias são para o controle de cargos. A distribuição de cargos<br />
dentro de um parti<strong>do</strong> é mais séria para eles que qualquer outra ação contra suas metas<br />
objetivas (1982, p. 108). Iris cui<strong>do</strong>u de montar equipes afinadas <strong>em</strong> suas administrações<br />
e que seguiss<strong>em</strong> seu coman<strong>do</strong>. Ele l<strong>em</strong>bra que recusou os nomes indica<strong>do</strong>s pelo<br />
diretório <strong>do</strong> PSD porque quase to<strong>do</strong>s eram de políticos tradicionais, pessoas b<strong>em</strong> mais<br />
velhas que ele, sobre as quais não teria autoridade e, por isso, elas não acatariam suas<br />
ordens – <strong>em</strong> outras palavras, não seguiriam sua liderança. Desta forma, ele mantém a<br />
lealdade e a obediência de seus auxiliares, dependentes das nomeações para os cargos<br />
públicos.<br />
As organizações partidárias, segun<strong>do</strong> a teoria weberiana, são controladas por<br />
homens interessa<strong>do</strong>s no controle da política. “A liderança ativa e seu séquito, recruta<strong>do</strong><br />
242 Goiás t<strong>em</strong> de 10.890 km de ro<strong>do</strong>vias estaduais asfaltadas. O histórico dessa pavimentação é o seguinte:<br />
710 km de ro<strong>do</strong>vias pavimentadas nos governos anteriores a 1966. O governo de Otávio Lage pavimentou<br />
538 km; Leonino Caia<strong>do</strong>, 546 km; Irapuan Costa Júnior, 310 km; e Ary Valadão, 570 km. Iris Rezende<br />
asfaltou e restaurou 4.476 km <strong>em</strong> seus <strong>do</strong>is governos. Henrique Santillo, 625,90 km; Maguito Vilela<br />
831,09 km. Marconi Perillo pavimentou, duplicou e restaurou <strong>em</strong> seus <strong>do</strong>is governos (1999–2006) 2.283<br />
km. Fonte: Assessoria de Imprensa da Agência Goiânia de Transportes e Obras Públicas (Agetop), <strong>em</strong><br />
31/1/2008.