CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...
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Agora, trabalha<strong>do</strong>r, eficiente.”<br />
176<br />
Vilmar Rocha toca no ponto que distingue Iris de um político de traço apenas<br />
populista, o da eficiência administrativa. Ele preserva as virtudes <strong>do</strong> trabalho, de<br />
dedicação integral à administração pública; das contas <strong>em</strong> dia, da previdência e da<br />
poupança. Defende para o Esta<strong>do</strong> o equilíbrio das contas, o controle de cada centavo <strong>do</strong><br />
Tesouro, critérios fundamentais da boa gestão. Diariamente, ele recebe o sal<strong>do</strong> <strong>do</strong> caixa<br />
<strong>do</strong> dia anterior e só autoriza despesas, desde as menores até as grandes contas, saben<strong>do</strong><br />
de ant<strong>em</strong>ão de onde vai sair o dinheiro. T<strong>em</strong> a convicção de que um centavo<br />
desperdiça<strong>do</strong> representa uma obra a menos, “uma m<strong>em</strong>ória de <strong>do</strong>na de casa” (Girardet),<br />
e sabe definir prioridades administrativas. 267<br />
Com essa m<strong>em</strong>ória de <strong>do</strong>na de casa, Iris faz escolhas que geram economias<br />
relativamente pequenas, mas às quais ele dá um grande valor. Em 2005, por ex<strong>em</strong>plo,<br />
ele dispensou a <strong>em</strong>presa terceirizada que fazia a limpeza <strong>do</strong> prédio da prefeitura de<br />
Goiânia e contratou servi<strong>do</strong>res para fazer o serviço: economia de R$ 40 mil mensais.<br />
“Com pouco dinheiro você faz muita coisa. É que a administração pública no País virou<br />
assim como que um corpo cheio de fendas por onde sa<strong>em</strong> recursos. São migalhas que<br />
viram milhões.” Para ser um administra<strong>do</strong>r eficiente, Iris encontra soluções fáceis que<br />
agradam ao eleitor, mas também toma atitudes impopulares, como o reajuste <strong>do</strong>s<br />
impostos predial e territorial urbano no primeiro dia de sua administração, <strong>em</strong> 1966.<br />
Agora, t<strong>em</strong> uma visão tradicionalista de administração pública. Foi assim <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
seus governos.<br />
Eficiência e dedicação ao trabalho à parte, Iris desenvolveu outras ações que<br />
lhe deram sobrevivência política, além das meramente populistas. Escolheu um grupo<br />
político para fazer carreira, construiu uma militância partidária <strong>em</strong> um único parti<strong>do</strong><br />
político (PSD/MDB/PMDB); profissionalizou-se na política, acumulan<strong>do</strong> saberes<br />
específicos <strong>do</strong> jogo político. Essas práticas não-populistas manejadas por Iris Rezende<br />
garantiram sua longevidade na política, pois se ele se dedicasse apenas a usar suas<br />
267 Flávio Peixoto afirma que Iris percebe claramente, como administra<strong>do</strong>r, “o que é adjetivo e o que é<br />
substantivo. Mais que ninguém, ele entende que no governo você não faz c<strong>em</strong> projetos, você faz dez com<br />
a ajuda de Deus, então ele concentra-se nas prioridades. Ele estabelece uma prioridade com tamanha<br />
facilidade e transmite isso pra equipe. É ruim para um secretário que não é alvo dessa prioridade, aí fica<br />
marginaliza<strong>do</strong>, fica chatea<strong>do</strong>.”