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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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classe, e nos congressos de estudantes secundaristas, enquanto Domiciano o<br />

acompanhava, com caneta e papel na mão. Anotava os erros de gramática e de<br />

linguag<strong>em</strong> <strong>do</strong> ora<strong>do</strong>r. Depois repassava suas anotações com Iris e indicava o melhor<br />

jeito de falar.<br />

Sua linguag<strong>em</strong> estava impregnada de expressões e <strong>do</strong> vocabulário <strong>do</strong> hom<strong>em</strong><br />

<strong>do</strong> campo, que aprendeu <strong>em</strong> Cristianópolis, <strong>em</strong> especial <strong>do</strong>s 7 anos aos 16 anos de<br />

idade, quan<strong>do</strong> ele morou na Fazenda Canastra. “A minha preocupação com a correção<br />

da linguag<strong>em</strong> era <strong>em</strong> função de uma responsabilidade que instintivamente eu assumi<br />

como representante de classe, junto ao grêmio, [eu] tinha de falar.” 15 Aos 22 anos, Iris<br />

já se sentia mais maduro e aí suas decisões eram menos instintivas. “Quan<strong>do</strong> me elegi<br />

presidente <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is grêmios, eu falei: minha vocação não é medicina, minha vocação é<br />

política. No terceiro ano <strong>do</strong> científico e <strong>do</strong> técnico é que eu decidi fazer Direito e fui<br />

aprender latim.” 16 Escolheu o curso de Direito porque o considerava mais apropria<strong>do</strong> a<br />

um político profissional.<br />

O que é vocação, para Iris Rezende? É um <strong>do</strong>m divino, uma graça que<br />

determinada pessoa recebe na vida. Dá como ex<strong>em</strong>plo o talento de artistas, escritores,<br />

pintores, cantores que, como ele, não saberão explicar onde e como aprenderam suas<br />

artes.<br />

É o caso de d. Belkiss [Carneiro]. Ela podia dizer: “foi minha avó [ela era neta da pianista<br />

Nhanhá <strong>do</strong> Couto] que era pianista e cui<strong>do</strong>u de mim.” E se a Belkiss não fosse a Belkiss, a avó<br />

dela daria conta? Não daria. Eu acho que é uma questão de <strong>do</strong>m. É uma questão de vocação.<br />

Eu enten<strong>do</strong> isso como uma perfeição da natureza. 17<br />

Se a pessoa não t<strong>em</strong> <strong>do</strong>m e não gosta de determinada atividade, não vai se<br />

destacar no que faz n<strong>em</strong> será feliz, acredita. “Você pode notar: se a pessoa não gosta de<br />

música, não adianta o pai querer forçar o filho, e assim na vida de um mo<strong>do</strong> geral.” 18<br />

Como o <strong>do</strong>m é, para ele, uma graça divina, Iris acredita que a sua vida política só t<strong>em</strong><br />

explicação no aspecto espiritual. “Eu nasci com esse <strong>do</strong>m, eu nasci para gostar de gente,<br />

conseqüent<strong>em</strong>ente, para gostar de política, e gostar de administrar.” 19<br />

15<br />

Entrevista <strong>em</strong> 28/1/2008.<br />

16<br />

Entrevista <strong>em</strong> 18/6/2008.<br />

17<br />

Entrevista <strong>em</strong> 26/6/2008.<br />

18<br />

Entrevista <strong>em</strong> 2/12/202006.<br />

19<br />

Entrevista <strong>em</strong> 16/7/2008.<br />

45

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