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CUNHA, Cileide Alves. Aval do passado - Pós-Graduação em ...

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A pesquisa de Mauro estava errada e a intuição <strong>do</strong> novo pessedista, correta.<br />

Iris foi o mais vota<strong>do</strong>. Recebeu 10.188 votos, suficientes não apenas para elegê-lo,<br />

como também para ajudar na eleição de outro deputa<strong>do</strong>, pois ele ultrapassou o quociente<br />

eleitoral, o número mínimo de votos que um parti<strong>do</strong> precisava para eleger o primeiro<br />

parlamentar, que foi 8.440. “Eu me candidatei a deputa<strong>do</strong> estadual com a idéia fixa de<br />

ser candidato a prefeito de Goiânia.” 96 Na eleição para deputa<strong>do</strong> estadual repetiu o<br />

des<strong>em</strong>penho de 1958: foi o deputa<strong>do</strong> estadual mais vota<strong>do</strong> de Goiás. O segun<strong>do</strong><br />

deputa<strong>do</strong> mais vota<strong>do</strong> foi Walteno Cunha, com 7.863 votos 97 . Walteno, político de<br />

Catalão, advoga<strong>do</strong>, foi secretário de Administração <strong>do</strong> governo de Mauro Borges,<br />

quan<strong>do</strong> teve seus direitos políticos cassa<strong>do</strong>s por dez anos, <strong>em</strong> 9 de abril de 1964.<br />

Reportag<strong>em</strong> <strong>do</strong> Popular 98 , com o título “Iris surge como ‘fenômeno eleitoral<br />

da política goiana’”, d<strong>em</strong>onstrou surpresa com a votação de Iris. O parti<strong>do</strong> também se<br />

surpreendeu, “porque ele era um político novo e não disputou a reeleição para<br />

verea<strong>do</strong>r.” Segun<strong>do</strong> o jornal, Iris teve “um recorde de votação para deputa<strong>do</strong> estadual<br />

<strong>em</strong> toda a história política de Goiás, ultrapassan<strong>do</strong> o próprio quociente eleitoral de<br />

8.440 votos.” Em duas eleições consecutivas, para verea<strong>do</strong>r, <strong>em</strong> 1958, e para deputa<strong>do</strong><br />

estadual, <strong>em</strong> 1962, as votações de Iris foram recordes, por isso O Popular arriscou uma<br />

previsão: afirmou que Iris era um “político de futuro que desponta como autêntico<br />

fenômeno eleitoral.”<br />

Nessa entrevista ao jornal, o deputa<strong>do</strong> recém-eleito usa argumentos pareci<strong>do</strong>s<br />

com os da entrevista de 1958 à Folha de Goiaz para explicar seu sucesso eleitoral.<br />

Destaca suas “ligações com as massas populares”, com qu<strong>em</strong> teria “raízes profundas”, e<br />

disse que sua votação foi fruto de sua atuação como verea<strong>do</strong>r, pois desde que fora eleito<br />

dedicou to<strong>do</strong> o seu t<strong>em</strong>po ao trabalho, com prejuízo de suas atividades particulares.<br />

mesários. Em 1962, a Justiça decidiu que o eleitor devia escrever o nome ou o número <strong>do</strong> candidato na<br />

cédula oficial. A decisão foi tomada pouco t<strong>em</strong>po antes da eleição. Iris conta que teve muita dificuldade<br />

para ensinar seus eleitores a escrever seu número (1.019) ou seu nome corretamente.<br />

95 Entrevista <strong>em</strong> 2/12/2006.<br />

96 Entrevista <strong>em</strong> 17/4/2007.<br />

97 Resulta<strong>do</strong> oficial da eleição de 1962 divulga<strong>do</strong> pela Justiça Eleitoral <strong>em</strong> 15/11/62 e publica<strong>do</strong> pelo<br />

jornal O Popular <strong>em</strong> 17/11/62. Pedro Lu<strong>do</strong>vico elegeu-se sena<strong>do</strong>r com 197.707 votos. Nessa eleição<br />

foram eleitos governa<strong>do</strong>res de 11 Esta<strong>do</strong>s (São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Sergipe, Bahia,<br />

Pernambuco, Ceará, Piauí, Amazonas, Guanabara e Rio Grande <strong>do</strong> Sul.), 409 deputa<strong>do</strong>s federais, 45<br />

sena<strong>do</strong>res, deputa<strong>do</strong>s estaduais e verea<strong>do</strong>res <strong>em</strong> to<strong>do</strong> o País.<br />

98 O Popular 18/11/62, p. 3.<br />

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