Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de TrÃªs Lagoas

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Nos depoimentos orais observa-se que os imigrantes e seus descendentes adquiriram a terra através da compra, sendo de outros proprietários ou do banco. Eram pequenas porções de terra, cerca de 20 à 30 alqueires. Mas as dificuldades não pararam no momento em que se conquistou a terra. Muitos, por comprarem a terra e não passarem a escritura, acabaram tendo suas terras confiscadas por outros proprietários que estavam a mais tempo no município, alegando que eram suas e o imigrante, muitas vezes desinformado, tinha que pagar a sua propriedade novamente. Conforme o depoimento do Sr. Alberto Lujudice, alguns dos imigrantes entravam em negociação com esses proprietários e acabaram por pagar a terra novamente. Já outros que tentaram resolver a questão judicialmente, acabavam tendo que vender metade da sua propriedade para pagar as despesas com o processo e com advogado. Ou seja, de todas as formas que tentassem resolver o impasse saíam perdendo. No decorrer da pesquisa, no trabalho com as fontes e nas leituras, outras questões foram surgindo, aguçando cada vez mais a curiosidade. O que foi trabalhado até o momento serviu para suscitar novas interrogações como: qual foi o atrativo do município para atrair esses imigrantes, seria o preço da terra? Ou o banco que oferecia facilidades? Que banco era esse citado pelos entrevistados? Qual o sentido de possuir terra para esses imigrantes? E para seus descendentes, a terra teria o mesmo significado? A busca pelo esclarecimento destas e de outras questões agem como motivadores para a continuidade da pesquisa. NOTAS 1 Trabalho realizado como parte da pesquisa de iniciação cientifica voluntária, CNPq, desenvolvida no período de agosto a novembro de 2006, sob a orientação da professora Maria Celma Borges 2 Acadêmica do 3º ano do curso de História pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas. 3 Documento fornecido pela Prefeitura Municipal de Floreal intitulado “Histórico do Município”. s/d, mímeo. 4 Idem 5 Documento fornecido pela Prefeitura Municipal de Floreal. s/d, mímeo 6 Idem 108
7 Documento recolhido de acervo particular intitulado “Certidão do registro” datado 12/04/1942. FONTES ELIAS, Rodrigo. Braços para fazer um país. In: Nossa história. Ano 2/ nº27, outubro 2005,pp. 14 a 19. ENTREVISTA realizada com Alberto Lojudice, 2006. ENTREVISTA realizada com Amábile Maria Tizzo Vendramel, 2006. ENTREVISTA realizada com Durval Ferrarezi, 2006. ENTREVISTA realizada com Armando Simão, 2006. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVIM, Zuleika M. F. O Brasil italiano (1880 – 1920). In: FAUSTO, Boris. Fazer a América. 2º ed. São Paulo: Edusp, 2000, pp.383 a 417. AZZI, Riolando. O catolicismo popular no Brasil. Petrópolis, Ed. Vozes, 1978. BEIGUELMAN, Paula.A crise do escravismo e a grande imigração. 3º ed. Brasiliense, 1985. .MARTINS, José de Souza. A imigração e a crise do Brasil agrário. São Paulo, Pioneira, 1973. MILLIET, Sérgio. Roteiro do café e outros ensaios. 4º ed. São Paulo: HUCITEC, 1982. MONTENEGRO, Antonio T. História oral: caminhos e descaminhos. In: Revista brasileira de história: memória, história, historiografia. São Paulo: ANPUH/ Marco Zero, vol. 13, nº25/26, setembro 92/ agosto 93.pp.55 a 65. SOUZA, Itamar de.Migrações internas no Brasil.Petrópolis: Vozes; Natal: Fundação José Augusto, 1980. STOLCKE, V. e HALL, M. A introdução do trabalho livre nas fazendas de café de São Paulo. In: Revista brasileira de História, vol. 3, nº 6, setembro de1983. TEDESCO, João Carlos.Um pequeno grande mundo: a família italiana no meio rural.Passo Fundo: EDIUPF, 2001. 109
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