Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas
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<strong>de</strong>ntes, cristãos, muçulmanas, drusas, continuaram a existir mesmo<br />
sob governo otomano.<br />
Os árabes passaram a colonizados, embora os turcos tenham<br />
se islamizado, as principais funções novo Império Otomano, que persistiu<br />
cerca <strong>de</strong> 400 anos, era concentrada nas mãos turcas.<br />
O Estado Otomano, economicamente, não organizou o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
econômico local, nem criou mecanismos para suprir a necessida<strong>de</strong><br />
histórica <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, água e minerais. A ausência na produção<br />
<strong>de</strong> energia foi um fator para não <strong>de</strong>senvolveu os transportes, indústria<br />
ou outras tecnologias. Até inovações tecnológicas antigas, como o<br />
moinho <strong>de</strong> água, o moinho <strong>de</strong> vento e arreios aperfeiçoados para melhorar<br />
o uso da tração animal pouco ou nenhum impacto produziram no<br />
Oriente Médio, que permaneceu muito atrás da Europa nesse aspecto.<br />
Tudo isso, somado à maior riqueza da Europa em ma<strong>de</strong>ira, minerais,<br />
energia e transporte fluvial, contribuiu para <strong>de</strong>bilitar os orientais<br />
em relação aos europeus, e, posteriormente, após esta ter atingido um<br />
grau <strong>de</strong> industrialização e bélico superior, facilitar o estabelecimento e<br />
manutenção do domínio econômico europeu na área.<br />
Lewis aponta que os otomanos se organizaram mais para o<br />
consumo que à produção, ao contrário dos europeus e suas políticas<br />
mercantilista-protecionistas. Por exemplo: têxteis eram trazidos pelos<br />
ingleses da Índia, aos portos otomanos, bem como manufaturas oci<strong>de</strong>ntais<br />
mais baratas que as locais; o café e o açúcar que foram introduzidos<br />
e exportados para a Europa em meados do século XII, no<br />
começo do século XVIII os holan<strong>de</strong>ses já plantavam café em Java e os<br />
franceses no Caribe, este café oci<strong>de</strong>ntal tornou-se mais barato que o<br />
oriental e foi introduzido na Turquia em 1739.<br />
O açúcar, inicialmente produzido na Índia, Irã, Egito, Síria, norte<br />
africano, foi posteriormente transplantado para a Sicília e Espanha na<br />
conquista Árabe. Em 1671 franceses começam o plantio da cana no<br />
Caribe e refinamento em Marselha e revendiam aos turcos, que aumentaram<br />
as compras já que este mesmo café (também francês) era<br />
amargo. Ao passo que no final “do século XVIII quando um turco ou um<br />
árabe bebiam uma xícara da bebida, tanto o café quanto o açúcar<br />
haviam sido colhidos em colônias européias e importados por europeus”<br />
(LEWIS, 1996, p. 260).<br />
No século XIX mudanças <strong>de</strong> natureza econômica vão estreitar<br />
os contatos entre a Europa e no Oriente Médio na conjuntura do Imperialismo,<br />
no qual os europeus após fortalecerem sua economia com a<br />
Revolução Industrial vão tentar anexar mercados principalmente na Ásia<br />
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