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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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Enfim, na construção da pesquisa faz-se necessário compreen<strong>de</strong>r<br />

as lutas reais, não só aquelas que se expressam sob formas organizadas,<br />

como sindicatos, partidos e associações, mas também as<br />

“formas surdas” <strong>de</strong> resistência, estratégias ocultas <strong>de</strong> subordinação e<br />

<strong>de</strong> controle (VIEIRA et. Alii, 2005).<br />

O MATO GROSSO DO SUL:<br />

TRAJETÓRIAS E SONHOS<br />

Encontramos emaranhado na história da humanida<strong>de</strong>, traços,<br />

buscas e lutas <strong>de</strong> sujeitos que fazem do mundo palco ativo <strong>de</strong> suas<br />

necessida<strong>de</strong>s. Traços estes marcados, costumeiramente, pela luta <strong>de</strong><br />

classe. Deste modo, se a história da socieda<strong>de</strong> se confun<strong>de</strong> com história<br />

das lutas <strong>de</strong> classe, o campo e a luta pela terra estiveram e estão<br />

ligados nas <strong>de</strong>cisivas causas <strong>de</strong>stas lutas.<br />

Esta situação não é diferente no Mato Grosso do Sul, em que<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos anos <strong>de</strong> 1980, e não somente a partir daqui, mas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que existem homens que lutam e se enfrentam por um espaço,<br />

um modo <strong>de</strong> vida ou qualquer outra questão, o estado é palco <strong>de</strong> conflitos<br />

rurais:<br />

A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> suas crises, o estado <strong>de</strong> Mato Grosso<br />

do Sul passou a ser conhecido na mídia por ser o<br />

quarto produtor <strong>de</strong> soja e o <strong>de</strong>tentor do maior rebanho<br />

bovino do país. No entanto, aflora no seio <strong>de</strong>le os<br />

graves problemas sociais, especialmente o conflito<br />

agrário como reflexo da luta contra o elevado nível <strong>de</strong><br />

concentração <strong>de</strong> renda, aliado à crescente concentração<br />

<strong>de</strong> terras (ALMEIDA, 2003, p. 116)<br />

Segundo esta autora, no senso agropecuário <strong>de</strong> 1985 à 1995/6<br />

(IBGE), a área média dos imóveis rurais no Mato Grosso do Sul era <strong>de</strong><br />

628,3 ha, o que significa mais <strong>de</strong> oito vezes a área média dos imóveis<br />

do Brasil, que é <strong>de</strong> 73,1 ha. Portanto justifica-se o titulo <strong>de</strong> estado<br />

latifundiário dado pelos trabalhadores.<br />

Esta situação marca a luta contra o latifúndio no estado, e questões<br />

como o valor, a posse e a legalização do direito a terra no Mato<br />

Grosso do Sul oferecem novas abordagens e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estudos<br />

para compreensão das lutas no estado. Des<strong>de</strong> os anos <strong>de</strong> 1980,<br />

registra-se a luta dos trabalhadores <strong>de</strong> pequenas fazendas, contribuindo<br />

para novas pesquisas e para a realização <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, reforçando a<br />

perspectiva <strong>de</strong> que a história ainda esta aberta á discussões geradas<br />

em torno <strong>de</strong>stas lutas:<br />

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