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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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A categoria <strong>de</strong> representação é então o aspecto constitutivo <strong>de</strong><br />

um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> história, e permite uma melhor apreensão da<br />

inteligibilida<strong>de</strong> das socieda<strong>de</strong>s, nesse sentido, as lutas <strong>de</strong> representações,<br />

na versão <strong>de</strong> Chartier, reabilitam a própria história social, pois se<br />

voltam às estratégias que <strong>de</strong>terminam posições e relações que para<br />

cada classe constroem um grupo ou meio, algo perceptível constitutivo<br />

<strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> (Cf. Chartier, 1989, p. 1514).<br />

Dessa maneira a questão i<strong>de</strong>ntitária, numa visão mais geral<br />

quanto ao tema neste espaço social fronteiriço, é perceptível brevemente<br />

a concepção <strong>de</strong> Haesbaert e Santa Bárbara sobre o assunto.<br />

Segundo os autores;<br />

As i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, pelo viés antropológico, são<br />

construídas historicamente pelos sujeitos na relação<br />

e interação espaço-temporal com a alterida<strong>de</strong>, com,<br />

o Outro. Segundo Levis-Strauss (1977:333) que <strong>de</strong>staca<br />

o caráter sintomático da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, a diversida<strong>de</strong><br />

é menos função do isolamento dos grupos que<br />

das relações que os unem. O processo <strong>de</strong> constituição<br />

i<strong>de</strong>ntitário <strong>de</strong> um grupo, portanto é sempre<br />

relacional. Ocorre, por isso mesmo, a partir da relação<br />

entre os que <strong>de</strong> algum modo são consi<strong>de</strong>rados<br />

como semelhantes (mas não idênticos) e os outros.<br />

(HAESBAERT; SANTA BÁRBARA, 2001, p. 45.)<br />

Isso é uma maneira geral <strong>de</strong> mostrar o termo, não <strong>de</strong>signa <strong>de</strong>ssa<br />

forma, especificida<strong>de</strong>s entre povos ou “nações”, porém, interliga<br />

minhas reflexões teóricas em torno da pesquisa ora em <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

é uma forma <strong>de</strong> perceber a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> na região <strong>de</strong> fronteira,<br />

não <strong>de</strong>signando características. Po<strong>de</strong>-se imaginar que as pessoas estão<br />

presas à idéia <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> pertencimento a uma nação, isso é<br />

relevante a se consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong>ntro da análise, porque <strong>de</strong>nuncia, <strong>de</strong> certa<br />

forma a ambigüida<strong>de</strong> da fronteira. Pois ao mesmo tempo em que a<br />

população convive entre si neste espaço, convive também com a cultura<br />

dos dois países, e permeando este tumultuado espaço teórico<br />

conceitual existe o brasiguaio, e estes muitas vezes não conseguem<br />

distinguir sua própria cultura, numa constante contradição/conflito <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Percebe-se melhor isso em um diálogo, que segundo<br />

Wagner possui o seguinte teor, “então quer dizer que nós não temos<br />

os direitos dos paraguaios porque não somos paraguaios; não temos<br />

os direitos dos brasileiros porque abandonamos o país. Mas, me digam<br />

uma coisa: afinal <strong>de</strong> contas, o que nós somos? Vocês são uns<br />

brasiguaios, uma mistura <strong>de</strong> brasileiros com paraguaios, homens sem<br />

pátria.” (Wagner, 1990, p.11).<br />

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