07.11.2014 Views

Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

INTRODUÇÃO<br />

O referido trabalho busca fazer algumas consi<strong>de</strong>rações históricas<br />

acerca do Punk Rock em Ilha Solteira/SP na década <strong>de</strong> 1990, on<strong>de</strong><br />

procuro <strong>de</strong>stacar a produção cultural e a questão da Música enquanto<br />

forma <strong>de</strong> “rebeldia”. Nesse sentindo faço um breve levantamento histórico<br />

da utilização da música enquanto forma <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong> rebeldia e a<br />

relação <strong>de</strong>sta música com a busca por melhores condições <strong>de</strong> vida.<br />

Utilizarei em primeiro momento a questão da música escrava, que assim<br />

como a música Punk não é utilizada sequer na educação brasileira.<br />

Sobre esta questão Santos (2002, p.71) afirma “O fato da não utilização<br />

da música negra na educação formal, se da até porque quem sempre<br />

moldou o perfil da educação brasileira foram as elites sociais”. Diante<br />

<strong>de</strong> colocações como esta consi<strong>de</strong>rei necessária a inserção <strong>de</strong>sta<br />

questão neste trabalho, mesmo que <strong>de</strong> forma <strong>de</strong> breve e tanto quanto<br />

superficial.<br />

Logo após farei algumas breves consi<strong>de</strong>rações sobre Punk Rock,<br />

tratando <strong>de</strong> questões <strong>de</strong> seu surgimento nos EUA na década <strong>de</strong> 60,<br />

bem como sua explosão na Inglaterra no final da década <strong>de</strong> 70. Logo a<br />

seguir abordarei a questão no Brasil, mais precisamente em Ilha Solteira.<br />

A partir daí a<strong>de</strong>ntrarei algumas particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa produção<br />

cultural, tais que tentarei expor levantando algumas hipóteses e fatos<br />

sobre tal “movimento” que se <strong>de</strong>u em torno da Punk Rock em Ilha<br />

Solteira, associando a questão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a construção do município, com<br />

um pouco da questão cultural local. No entanto entrando mais na questão<br />

da juventu<strong>de</strong> local e como essa contribuiu para a realização <strong>de</strong> alguns<br />

shows e bandas que brotaram <strong>de</strong>sse momento.<br />

MÚSICA ESCRAVA SEMPRE CRITICADA E<br />

OMITIDA PELA CLASSE DOMINANTE<br />

O que me chamou a atenção para esta temática, que ao se<br />

olhar <strong>de</strong> forma “crua” não <strong>de</strong>monstra ligação nenhuma para com o Punk<br />

Rock, foi uma questão citada pelo romancista Manuel Antonio <strong>de</strong><br />

Almeida, quando ele se referia aos negros tocadores, no livro Memória<br />

<strong>de</strong> um sargento <strong>de</strong> milícias: “[...] Meia dúzia <strong>de</strong> aprendizes ou oficiais<br />

<strong>de</strong> barbeiros, ordinariamente negros, armados, este com um piston<br />

<strong>de</strong>safinado, aquele com uma trompa diabolicamente rouca, formavam<br />

uma orquestra <strong>de</strong>sconcertada [...]” (ALMEIDA, apud SOARES, 1988,<br />

p. 71). Em contrapartida a isso Luiz Carlos Soares (1988, p. 71) ao<br />

falar dos negros tocadores ele cita Debret, Walsh e Ewbank. Tais<br />

304

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!