Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas
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CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Na intenção <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a proposta do tema aqui abordado procuro<br />
mostrar como se <strong>de</strong>u o processo inverso <strong>de</strong>ssa primeira fase que<br />
tratei no início do texto, ou seja, quando e porque da volta <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
parte <strong>de</strong>ssa população brasileira que estava no Paraguai.<br />
Ao que tudo indica até o momento, é que os brasileiros que<br />
estavam no país vizinho começaram a sofrer com as adversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
ser um estrangeiro fora <strong>de</strong> seu país <strong>de</strong> origem, aqui farei alguns apontamentos<br />
do que pu<strong>de</strong> perceber até o momento com a pesquisa que<br />
se encontra em <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong>ssa forma não me preocuparei em<br />
citar as fontes analisadas que me levaram a tais respostas, e mesmo<br />
que muitas <strong>de</strong>las são públicas e <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> quem quiser se<br />
aprofundar no assunto.<br />
Em 1985, aproximadamente 1000 famílias passaram a fronteira<br />
entre os dois países, mais precisamente nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> La Paloma no<br />
Paraguai com o Município <strong>de</strong> Mundo Novo no Estado brasileiro <strong>de</strong> Mato<br />
Grosso do Sul, formando um gigantesco acampamento na praça central<br />
daquela cida<strong>de</strong>. Segundo relatos esses agricultores conhecidos<br />
então como brasiguaios, são as pessoas mais humil<strong>de</strong>s que viviam<br />
em estado <strong>de</strong> pobreza no Paraguai, sofriam perseguições por parte da<br />
Policía, do próprio governo que os incentivou em outro momento a morar<br />
lá, e por último dos campesinos, estes, vistos como se fossem um<br />
movimento <strong>de</strong> agricultores sem terras no Paraguai, mas, que invadiam<br />
as pequenas proprieda<strong>de</strong>s e as frágeis moradias dos brasileiros que<br />
não tinham como se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r lhes restando a opção única <strong>de</strong> fugir<br />
num primeiro momento e procurar reaver o que haviam perdido com o<br />
“ataque”.<br />
A perseguição por parte do governo se dá no sentido da regularização<br />
<strong>de</strong> posses no país vizinho, quando tais documentos eram exigidos,<br />
o que os agricultores geralmente tinham em mãos eram documentos<br />
frios e que não comprovavam nada, <strong>de</strong>ssa forma tinham que<br />
trabalhar e comprar novamente as terras que já eram suas por “direito”,<br />
comenta-se casos <strong>de</strong> agricultores que chegaram a pagar quatro vezes<br />
a mesma proprieda<strong>de</strong>.<br />
A Policía <strong>de</strong> modo geral era quem executava os planos do governo,<br />
porém com uma brutalida<strong>de</strong> acima do normal, são vários os relatos<br />
<strong>de</strong> casos como espancamentos, prisões, estupros, <strong>de</strong>saparecidos e<br />
também <strong>de</strong> mortos, para os brasileiros era uma violência acima do<br />
normal, isso não era necessário, pois disseram que jamais reagiram<br />
por tais <strong>de</strong>cisões das autorida<strong>de</strong>s por que sabiam que enquanto es-<br />
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