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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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trangeiros esse tipo <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> iria complicar ainda mais suas situações<br />

naquele país.<br />

Ligados a estas adversida<strong>de</strong>s e com promessas políticas <strong>de</strong><br />

reforma agrária no Brasil esses agricultores em gran<strong>de</strong>s blocos se<br />

organizaram ainda no Paraguai e voltaram para o Brasil, para então<br />

parar <strong>de</strong> “sofrer” com os <strong>de</strong>scasos especialmente das autorida<strong>de</strong>s<br />

paraguaias, e ao mesmo tempo estariam aptos a receberem terras<br />

próprias para sua manutenção e sobrevivência com a reforma agrária<br />

que até os dias atuais ainda continua um caso um tanto obscuro no<br />

cenário nacional brasileiro.<br />

Neste retorno, um número maior <strong>de</strong> pessoas num primeiro momento<br />

se instalou nas cida<strong>de</strong>s fronteiriças do Estado do Mato Grosso<br />

do Sul, fronteira seca com o Brasil, bem como, um número também<br />

gran<strong>de</strong> logo se <strong>de</strong>slocou ao Estado do Paraná, quando não fizeram a<br />

passagem diretamente naquele Estado.<br />

Essas são as condições mínimas que procurei atrelar às minhas<br />

discussões teóricas em torno da pesquisa que venho <strong>de</strong>senvolvendo,<br />

<strong>de</strong>ixo claro também que as consi<strong>de</strong>rações até aqui postas não<br />

retratam <strong>de</strong> forma alguma a realida<strong>de</strong> total dos acontecimentos, mas<br />

somam-se em gran<strong>de</strong> parte do que venho analisando.<br />

Assim, para finalizar entendo que em muitos aspectos o espaço<br />

migrado é suplementar ao migratório, ele se encontra em uma relação<br />

subalterna, adjunta, que não engran<strong>de</strong>ce a presença <strong>de</strong> um ou<br />

outro, mas re<strong>de</strong>senha seus limites na fronteira ameaçadora, agonística,<br />

da diferença cultural, é permanecendo sempre menos que uma nação<br />

dupla. A ambivalência da diferença cultural é a articulação através da<br />

incomensurabilida<strong>de</strong> que estrutura todas as narrativas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

e todos os atos <strong>de</strong> tradução cultural, é vivendo na fronteira da história<br />

e da língua, nos limites <strong>de</strong> raça e gênero, que estamos em posição <strong>de</strong><br />

traduzir as diferenças entre eles, numa espécie <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>.<br />

Esse complexo processo heterogêneo e a ampla mistura existente<br />

neste espaço, fazem parte <strong>de</strong> toda uma gama cultural, i<strong>de</strong>ntitária<br />

e representativa <strong>de</strong>ssas populações, sejam elas <strong>de</strong> fronteiras divisórias,<br />

territoriais ou simbólicas.<br />

NOTAS<br />

1<br />

Trabalho <strong>de</strong>senvolvido na disciplina <strong>de</strong> “I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e Representações”<br />

na Pós-graduação da UFGD, no ano <strong>de</strong> 2006. Adaptado e apresentado na<br />

Semana <strong>de</strong> História <strong>de</strong> Três <strong>Lagoas</strong> em 2006, no <strong>Campus</strong> da UFMS.<br />

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