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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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se o olhar se <strong>de</strong>slocasse para outros pontos que não os enunciados, a<br />

interpretação po<strong>de</strong>ria ser outra.<br />

Para a fundamentação teórica do trabalho tomei como referência<br />

a história social do trabalho e a teoria das representações sociais.<br />

Não se objetivou no doutorado o uso <strong>de</strong> conceitos anteriores a própria<br />

análise dos documentos, já que foram emergindo em vista do diálogo<br />

estabelecido entre a teoria e as fontes.<br />

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS NA<br />

CONSTRUÇÃO DA PESQUISA<br />

Se possível fosse <strong>de</strong>svencilhar-me dos sentimentos e dos valores<br />

que norteiam a minha prática <strong>de</strong> sujeito e <strong>de</strong> historiadora, po<strong>de</strong>ria<br />

tecer uma análise fria, indiferente às faces que conheci, as histórias<br />

que ouvi. Admito, <strong>de</strong> antemão, que essa postura não foi possível, porque<br />

negadora, no meu enten<strong>de</strong>r, das potencialida<strong>de</strong>s da construção <strong>de</strong><br />

uma história das pessoas comuns. Assim, o tema <strong>de</strong>lineado já <strong>de</strong>monstrou<br />

um problema: pensar a produção da história das lutas camponesas<br />

na história do tempo presente e pelo enfoque da “história<br />

vista <strong>de</strong> baixo”.<br />

Em vista do envolvimento entre pesquisador/pesquisado coube<br />

indagar se essa história, ao ser produzida, e as representações que se<br />

originaram <strong>de</strong> suas interpretações não estariam aprisionadas pela subjetivida<strong>de</strong><br />

do pesquisador ou, como discutiu Jovchelovitch (1998a), por<br />

outro lado, pela do sujeito analisado.<br />

Essa autora, discutindo as representações sociais, observou<br />

que, longe <strong>de</strong> se darem numa discussão neutra e asséptica, nasceram<br />

e cresceram “sob a égi<strong>de</strong> <strong>de</strong> interrogações radicais, que repõe<br />

contradições e dilemas [...] talvez a principal <strong>de</strong>ssas contradições seja<br />

a relação indivíduo-socieda<strong>de</strong> e como esta relação se constrói”.<br />

(JOVCHELOVITCH, 1998a, p.63)<br />

Jovchelovitch apontou os impasses para se pensar a relação<br />

entre indivíduo e socieda<strong>de</strong>, assinalando que, se <strong>de</strong> um lado há uma<br />

compreensão <strong>de</strong>masiada individualizante, “psicologicista na compreensão<br />

da subjetivida<strong>de</strong>”, por outro, muitas vezes a tentativa <strong>de</strong> introduzir<br />

conceitos sociológicos à psicologia social, neste caso, à história,<br />

corre o risco do inverso, ou seja, tratar a socieda<strong>de</strong> e a história<br />

como abstração: “Uma socieda<strong>de</strong> sem sujeitos ou sujeitos sem uma<br />

história social são parte <strong>de</strong> problemas que todos nós conhecemos<br />

muito bem – e recuperar essa conexão é uma das tarefas cruciais<br />

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