Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas
Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas
Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
dinamicida<strong>de</strong> ultrapassando a concepção <strong>de</strong> “representações coletivas”.<br />
Assim ao discorrer sobre a teoria <strong>de</strong> Moscovici, Arruda pontuou:<br />
Moscovici afirma que as tradições existem para serem<br />
quebradas, especialmente quando suas idéias<br />
ficam ultrapassadas; no caso, o termo ‘coletiva’ assumia<br />
um significado <strong>de</strong> força coercitiva sobre os indivíduos;<br />
assim, representações adquiriam caráter,<br />
se não transce<strong>de</strong>ntal, pelo menos supraindividual,<br />
como se cada pessoa carregasse a marca <strong>de</strong>las<br />
impressa em si, mas sem se saber como elas haviam<br />
sido concebidas e mo<strong>de</strong>ladas. Pairava o mistério<br />
sobre a maneira como elas ganhavam vida e como<br />
nos faziam funcionar em socieda<strong>de</strong> (ARRUDA, 1998,<br />
p.119)<br />
Reforçou essa autora que a palavra ‘social’ aponta para o fato <strong>de</strong><br />
que as representações são fruto <strong>de</strong> um diálogo permanente entre indivíduos<br />
e grupos: “elas se adaptam ao fluxo <strong>de</strong> interações entre os<br />
grupos sociais. A função principal das representações é a comunicação<br />
e a ação, processos através dos quais elas são geradas”.(1998,<br />
p.120)<br />
Por essa perspectiva, Arruda ainda observou que a representação<br />
não é uma cópia do real, é a sua tradução, permanecendo então<br />
em meio ao “percepto e o conceito”, por apresentar duas faces que<br />
estão imersas nas práticas dos sujeitos, – o ícone e o signo –, as<br />
quais são indissociáveis. Não se separa a prática <strong>de</strong> sua representação.<br />
E a representação inexiste sem o fazer-se dos sujeitos, daí a<br />
compreensão das representações sociais fundamentada nas ações<br />
individuais e no meio em que se vive; tal como no modo em que se<br />
concebe este meio.<br />
Assemelhando-se a essa leitura, retomo as consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong><br />
Gomes, Mendonça e Pontes, no que se refere à teoria <strong>de</strong> Moscovici,<br />
as quais também contribuíram para a compreensão <strong>de</strong> que “[...] não há<br />
um recorte dado entre o universo exterior e o universo do indivíduo (ou<br />
do grupo), chamando a atenção para a inter-relação entre sujeito e<br />
não-sujeito, e sujeito e outro sujeito”. (2002, p.1209)<br />
Esses autores observaram que a tentativa <strong>de</strong> Moscovici foi a <strong>de</strong><br />
“tratar a influência recíproca da estrutura social e a do sujeito. No entanto,<br />
sua ênfase ten<strong>de</strong>u mais para um lado” (2002, p.1209), ou seja,<br />
para a reflexão do sujeito.<br />
Se esta crítica está correta, talvez esteja neste ponto a forte<br />
similarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> minha tese com a teoria das representações sociais,<br />
143