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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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<strong>de</strong>ixava claro que a superação da heterogeneida<strong>de</strong><br />

física e civil da população só seria possível mediante<br />

a extinção lenta e gradual da escravidão. Para isso,<br />

tornava-se necessário colocar alguns empecilhos ao<br />

livre comércio <strong>de</strong> africanos para o país. (AZEVEDO,<br />

2004, p. 33)<br />

O PROBLEMA DA MÃO-DE-OBRA<br />

Apesar <strong>de</strong> a Revolução Industrial estar acontecendo, os gran<strong>de</strong>s<br />

latifúndios estavam ausentes <strong>de</strong> maquinários. Segundo Costa<br />

(1982), um dos empecilhos à mecanização das fazendas era a escassez<br />

<strong>de</strong> maquinistas. Isso contribuía para que os fazen<strong>de</strong>iros tivessem<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> procurar e buscar cada vez em número maior os<br />

trabalhadores necessários as suas fazendas. A ativida<strong>de</strong> nos cafezais<br />

era incessante e exigia mão-<strong>de</strong>-obra abundante, variada e adaptada a<br />

serviços rústicos e grosseiros.<br />

A princípio não havia lucros, tudo era investimento, era necessário<br />

aguardar alguns anos até que o café começasse a produzir. Esses<br />

anos <strong>de</strong> espera também contribuíram para o atraso. On<strong>de</strong> não havia<br />

antigas plantações e as matas tomavam conta das proprieda<strong>de</strong>s, os<br />

proprietários precisavam trazer consigo seus serviçais. Caso não possuíssem<br />

era necessário buscá-los. Outra alternativa era provocar migração<br />

interna ou ainda trazer imigrantes <strong>de</strong> outros países. Isso só<br />

seria possível se houvesse condições atraentes <strong>de</strong> trabalho, uma vez<br />

que também os imigrantes não vinham espontaneamente para o Brasil.<br />

Era preciso provocar, conduzir a imigração.<br />

Emília Viotti pontua que as dificulda<strong>de</strong>s para utilização da mão<br />

<strong>de</strong> obra estrangeira <strong>de</strong>sencorajavam, nos primeiros tempos do café,<br />

tais iniciativas. Ainda apresenta a solução mais a<strong>de</strong>quada ao problema<br />

da mão <strong>de</strong> obra:<br />

A solução parecia clara e única: utilizar o escravo. Este<br />

ia para on<strong>de</strong> seu senhor quisesse, ocupava-se das<br />

ativida<strong>de</strong>s que lhe fossem atribuídas, morava on<strong>de</strong> o<br />

senhor mandasse, comia o que ele lhe <strong>de</strong>sse, e o<br />

que era mais importante: oferecia uma continuida<strong>de</strong>,<br />

uma permanência, que não era <strong>de</strong> esperar <strong>de</strong> um<br />

trabalhador livre, que a qualquer momento po<strong>de</strong>ria<br />

abandonar a fazenda e <strong>de</strong>ixar uma safra por colher.<br />

(COSTA, 1982, p. 12)<br />

A Inglaterra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1607 abolira o comercio <strong>de</strong> escravos em suas<br />

colônias. Terminadas as guerras napoleônicas, a Inglaterra voltava-se<br />

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