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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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concebido como distinto em relação à dominação masculina, trazendo<br />

a tona olhares críticos para os estudiosos das mulheres. O surgimento<br />

da categoria gênero rompe <strong>de</strong>finitivamente com a política e <strong>de</strong>safia os<br />

estudos voltados para hegemonia <strong>de</strong> mulheres heterossexuais <strong>de</strong> classe<br />

média branca, havendo, então, uma fragmentação <strong>de</strong> uma idéia universal<br />

da categoria “mulheres”. Os estudiosos começam a levar em consi<strong>de</strong>ração,<br />

em seus trabalhos, raça, etnia, classe, sexualida<strong>de</strong> e orientação<br />

sexual, como fatores significativos para suas análises. A diferença<br />

cada vez mais visível e veemente entre as mulheres trouxe para<br />

a superfície diferenças sérias no interior do movimento das mulheres<br />

enfocando questões <strong>de</strong> estudo que variavam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Palestina até a<br />

Pornografia (SCOTT, 1992). Percebemos que as diferenças eram tantas<br />

entre os sujeitos do sexo feminino que no próprio movimento feminista<br />

havia incompatibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> opiniões, colocando em xeque a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma política unificada e percebendo que os interesses<br />

das mulheres não eram auto-evi<strong>de</strong>ntes como imaginavam e sim uma<br />

questão <strong>de</strong> discussão.<br />

O estudo <strong>de</strong> gênero ampliou o foco da história das mulheres<br />

cuidando das análises dos relacionamentos entre macho/fêmea e como<br />

o sexo <strong>de</strong> um indivíduo interfere em suas relações sociais. Questões<br />

como: quais as dinâmicas sociais que se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam em seu meio,<br />

portanto analisando <strong>de</strong> que forma o gênero é percebido no âmbito social;<br />

que processos são estes e como as diferenças <strong>de</strong> raça, etnia,<br />

classe ou orientação sexual influenciam, ao lado do gênero, nas experiências<br />

sociais históricas dos indivíduos, passaram a fazer parte do<br />

<strong>de</strong>bate.<br />

Nos remetendo aos sujeitos centrais <strong>de</strong>ste trabalho, as travestis<br />

profissionais do sexo, estes serão analisados sob a perspectiva <strong>de</strong><br />

enten<strong>de</strong>r como a orientação sexual dos indivíduos interfere em suas<br />

relações sociais, consi<strong>de</strong>rando <strong>de</strong> extrema importância, para este trabalho,<br />

a análise <strong>de</strong> como a representação física <strong>de</strong>stes sujeitos – sendo<br />

estes biologicamente do sexo masculino e que buscam mo<strong>de</strong>larem<br />

seus corpos em busca <strong>de</strong> um feminino - afeta o meio social vivido por<br />

eles. Em princípio a pesquisa tem como hipótese que a própria escolha<br />

<strong>de</strong> seu ofício (profissionais do sexo) seja uma conseqüência da<br />

representação <strong>de</strong> seus corpos perante a socieda<strong>de</strong>. Portanto, <strong>de</strong>fronta-se<br />

com o mo<strong>de</strong>lo hegemônico <strong>de</strong> cidadão, que historicamente foi<br />

transmitido aos sujeitos sociais, on<strong>de</strong> quem não assimilar tais normas<br />

será classificado como <strong>de</strong>sviante – diante da socieda<strong>de</strong> – e pa<strong>de</strong>cer<br />

por meio <strong>de</strong> sanções que os afastarão do convívio e dos direitos comuns<br />

a todos os seres humanos.<br />

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