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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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que temos pela frente” (JOVCHELOVITCH, 1998a, p.63). Conforme<br />

essa autora:<br />

Representações são construções sempre ligadas a<br />

um lugar a partir do qual sujeitos representam, estando<br />

portanto, intimamente <strong>de</strong>terminadas por i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s,<br />

interesses e lugares sociais. Nessa medida,<br />

elas representam uma forma particular <strong>de</strong> construção<br />

do objeto e estão constantemente em relação<br />

com outras representações que representam outros<br />

sujeitos e outros lugares sociais. (1998a, p.77)<br />

Seguindo as orientações <strong>de</strong>ssa pesquisadora, não se <strong>de</strong>sejava<br />

a apresentação <strong>de</strong> conceitos fechados para pensar as práticas<br />

e representações camponesas, ou abertos <strong>de</strong> um todo impossibilitando<br />

percebê-las, já que importava analisar as histórias e memórias<br />

dos camponeses em vista da produção da história em sua<br />

urdidura.<br />

Ao propor a discussão das práticas e representações das lutas<br />

camponesas no Pontal do Paranapanema foi possível perceber que<br />

ambas estavam inter-relacionadas na memória e na história dos sujeitos,<br />

por dimensionarem espaços objetivos e subjetivos da luta, em que<br />

homens e mulheres atuaram, sentiram. Assim, além <strong>de</strong> presentes no<br />

acampamento e no assentamento, lugares privilegiados da prática, as<br />

representações <strong>de</strong>la oriundas tornaram-se também expressão da luta<br />

para a socieda<strong>de</strong> mais ampla, principalmente quando das marchas,<br />

ocupações <strong>de</strong> prédios públicos, entre outras.<br />

Gomes, Mendonça e Pontes ao discutirem as “representações<br />

sociais e a experiência da doença”, partindo <strong>de</strong> autores como Alves e<br />

Rebelo, sinalizaram para o problema da dissociação entre as práticas<br />

e as representações. Segundo esses autores,<br />

[...] as representações não são sistemas fechados<br />

que <strong>de</strong>terminam as práticas, uma vez que conformam<br />

um conjunto aberto e heterogêneo, que é continuamente<br />

refeito, ampliado, <strong>de</strong>slocado e problematizado<br />

durante as interações indivíduo-indivíduo e indivíduo<br />

e meio.<br />

Observaram ainda que essa separação se relaciona a “[...] outras<br />

dicotomias já conhecidas entre ação e estrutura, subjetivida<strong>de</strong> e<br />

objetivida<strong>de</strong>, indivíduo e socieda<strong>de</strong>, corpo e mente” (2002, p.1208). Por<br />

essas consi<strong>de</strong>rações percebi serem necessários alguns apontamentos<br />

referentes ao trabalho <strong>de</strong> Moscovici e <strong>de</strong> outros autores que fundamentam<br />

a teoria das representações sociais.<br />

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