Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

a chegada dos imigrantes japoneses) e por fim Pereira Barreto em
homenagem ao cientista Luís Pereira Barreto.
OS BANDEIRANTES E MONÇOEIROS
NO CENÁRIO DA REGIÃO
Segundo Ennes (2000, p. 43), durante os períodos colonial e
imperial este território não ocupou grande papel devido ao seu
distanciamento do litoral, porém a sua importância enquanto ponto
geopolítico nunca foi esquecido. Era através dele que poderia se
chegar tanto às missões sulinas, quanto às colônias espanholas
que se localizavam mais ao sul, como por exemplo, o Paraguai e o
Uruguai.
Segundo Viviane Taguchi (p. 4), as incursões nestas paragens
já teriam se iniciado um século após a chegada portuguesa, em 1600.
Segundo ela, estes viajantes estariam em busca de vias de acesso
oferecidas pela hidrografia da região, composta pelos rios Tietê, Paraná
e São José dos Dourados, para chegarem às tribos indígenas ou nas
reduções jesuíticas.
Mas vale lembrar também que, segundo a arqueóloga Silvia
Maranco, do museu Paulista, o território teria sido ocupado por índios
tupis-granis que viveram na região desde 950 d.C até o fim do século
XX, cuja existência e ocupação é comprovada por artesanatos, principalmente
cerâmicas feitas de pedra granítica e instrumentos líticos de
trabalho, encontradas nos sítios arqueológicos: Kondo, Teshima,
Trentim e Ari Carneiro, localizados no município.
Assim, os bandeirantes poderiam ter outra razão para se fazerem
presentes na região: o aprisionamento destes nativos que foram
exterminados ao longo do processo de colonização.
Segundo a autora Luiza Volpato, entre os motivos que levaram
esses homens a se embrenharem sertão adentro em busca de indígenas,
destaca-se o aprisionamento dessas populações, para melhorar
sua precária situação de vida, causada pelo isolamento da metrópole e
da falta de incentivo por parte da coroa portuguesa. Ela afirma:
marginalizados no projeto de colonização [...], a sociedade
planaltina ficou relegada a segundo plano. Assim
seus habitantes tiveram que buscar por si mesmo
a solução para os seus problemas de abastecimento
e defesa, sendo obrigados a se valerem dos
recursos da terra (1986, p.16)
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