Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas
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<strong>de</strong> Ribas do Rio Pardo, a SIDERSUL, e na instalação <strong>de</strong> varias<br />
empreiteiras a serviço das si<strong>de</strong>rúrgicas mineiras na região do Maciço<br />
para arrendar terras e começar com a produção <strong>de</strong> carvão vegetal.<br />
Segundo SILVA (apud MERCANTE 2002), foi a falta <strong>de</strong> planejamento<br />
do Estado que permitiu que o aproveitamento do potencial instalado<br />
ficasse restrito a transformação da ma<strong>de</strong>ira em carvão para fins industriais.<br />
É essencial enfatizar que durante a década <strong>de</strong> 1990, quando as<br />
empresas já estavam em funcionamento, muitas <strong>de</strong>nuncias <strong>de</strong> trabalho<br />
coercivo e até <strong>de</strong> trabalho escravo <strong>de</strong>sses trabalhadores tornaramse<br />
publicas. Essa escravização acontecia por endividamento do trabalhador,<br />
já que os carvoeiros eram trazidos <strong>de</strong> outro Estado, esses trabalhadores<br />
chegavam já trazendo a divida da viagem, e quando instalados<br />
acresciam a esta divida a sua alimentação e moradia que se dava<br />
<strong>de</strong> forma precária.<br />
[...] a servidão por dívida e as formas contratuais <strong>de</strong><br />
exploração <strong>de</strong> trabalho continuam tendo uma função<br />
nos setores intermediários e podres da economia. A<br />
terceirização do trabalho coloca esse setor a serviço<br />
do gran<strong>de</strong> capital e das gran<strong>de</strong>s empresas, o que<br />
nos põe diante <strong>de</strong> um verda<strong>de</strong>iro sistema <strong>de</strong> exploração<br />
do trabalho vinculado à própria dinâmica do capitalismo.<br />
[...] (MARTINS, 2002, p. 151-3).<br />
Segundo Martins, a superexploração do trabalhador é mais uma<br />
das facetas do capital, na qual os mais <strong>de</strong>sprovidos são subjugados e<br />
engolidos pelo sistema. Os que vivem a margem da socieda<strong>de</strong> são<br />
também os que mais sofrem com as mazelas do capitalismo, pois<br />
sem opção <strong>de</strong> trabalho ficam a mercê dos aliciadores conhecidos como<br />
“gatos”.<br />
Para Esterci (1999), a superexploração não é só um instrumento<br />
<strong>de</strong> “usurpação da liberda<strong>de</strong>” dos trabalhadores, mas é uma forma <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sumanizar o homem o tornando apto a qualquer serviço.<br />
Outro problema gerado na região pelo Maciço Florestal é o da<br />
questão ambiental, pois as carvoarias geralmente escapam a fiscalização<br />
principalmente em relação ao <strong>de</strong>smatamento. Além dos<br />
danos que o eucalipto gera ao ecossistema, pois não é uma planta<br />
nativa e seu plantio consiste em uma monocultura, <strong>de</strong>sgastando o<br />
solo.<br />
Após a instalação dos escritórios e a contratação dos trabalhadores,<br />
a exploração da ma<strong>de</strong>ira teve inicio. É essencial ressaltar que<br />
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