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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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xo claro meu entendimento <strong>de</strong> que a construção <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> se<br />

dá necessariamente pela existência do outro, e muitas vezes até em<br />

contraposição a esse outro, entendo-a ainda como uma situação <strong>de</strong><br />

coletivida<strong>de</strong>, dada pela vivência <strong>de</strong> alguns momentos históricos, se<br />

manifestando pelo pertencimento e referência comum em grupo. As<br />

problematizações <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ssa afirmação levam a vários aspectos<br />

do que, ou quem seria o outro.<br />

Há <strong>de</strong> se ter as noções que tais conceitos <strong>de</strong> construção<br />

i<strong>de</strong>ntitária nos trazem, duas terminologias centrais para enten<strong>de</strong>r o<br />

que abordo aqui, primeiro a ambivalência e <strong>de</strong>pois a ambigüida<strong>de</strong>, entendidas<br />

por mim aqui superficialmente e até o momento como a coexistência<br />

<strong>de</strong> múltiplos interesses e <strong>de</strong>sejos, po<strong>de</strong>ndo até mesmo ser<br />

antagônicos nesse processo <strong>de</strong> organização social.<br />

Atrelar estas idéias para com a idéia <strong>de</strong> nação e nacionalismo,<br />

nas quais é possível sentir uma maior estabilida<strong>de</strong> quando falo da formação<br />

<strong>de</strong> um Estado num sentido <strong>de</strong> organização política, on<strong>de</strong> os<br />

cidadãos constituem o povo, e essa população em relação à raça humana<br />

constitui a nação, seja expressando um discurso liberal, ou por<br />

meio <strong>de</strong> outras explicações, através <strong>de</strong> uma língua, <strong>de</strong> uma religião, <strong>de</strong><br />

uma etnia, enfim, seja qual forem às funções <strong>de</strong>sses aspectos levantados<br />

capazes <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o nacionalismo mo<strong>de</strong>rno como um sentido<br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>. Segundo Hobsbawm:<br />

242<br />

O problema, no entanto, é que não há meio <strong>de</strong> informar<br />

o observador como distinguir a priori uma nação<br />

<strong>de</strong> outras entida<strong>de</strong>s, da mesma maneira como po<strong>de</strong>mos<br />

informá-lo como reconhecer um pássaro ou<br />

distinguir um rato <strong>de</strong> um lagarto (...), pois os critérios<br />

usados para esse objetivo – língua, etnicida<strong>de</strong> ou<br />

qualquer outro – são em si mesmo ambíguos,<br />

mutáveis, opacos e tão inúteis para os fins <strong>de</strong> orientação<br />

do viajante quanto o são as formas das nuvens<br />

se comparadas com a sinalização <strong>de</strong> terra<br />

(HOBSBAWM, 1994, 14-15, grifo meu).<br />

As reflexões <strong>de</strong> Hobsbawm sobre uma possível <strong>de</strong>finição dos<br />

elementos que possam constituir e <strong>de</strong>finir uma nação ilustra minimamente<br />

o que outros autores também pensam sobre este assunto, ou<br />

seja, está longe <strong>de</strong> se estabelecer uma conceituação plena e científica<br />

<strong>de</strong> nação, porém temos que ter claro que o fenômeno tem existido e<br />

continua a existir. Outras teorias refletiram sobre a temática, seja no<br />

campo da História, Sociologia, Política, entre outras. Porém tais conceitos<br />

na maioria das vezes trazem questões antes já levantadas, o<br />

que mostra que tais aspectos são fatores enganadores, implicando

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