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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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o sujeito e o objeto da representação que queremos<br />

estudar. (1998, p.24)<br />

Trazendo a reflexão para o tema específico da tese, pu<strong>de</strong> observar<br />

que os sujeitos em meio ao vivido 3 <strong>de</strong> suas práticas e representações<br />

possibilitaram o concebido, ou seja, a compreensão do modo <strong>de</strong><br />

fazer e significar a luta e a terra, duas palavras-chave que estiveram<br />

imbricadas em todo o percurso da pesquisa. Luta para na terra permanecer,<br />

terra enquanto instrumento <strong>de</strong> luta, significado da conquista da<br />

terra <strong>de</strong> trabalho e da transformação social. Em outras palavras, se o<br />

interesse em compreen<strong>de</strong>r a representação da terra, enquanto problema<br />

<strong>de</strong> pesquisa, não antece<strong>de</strong>u ao trabalho <strong>de</strong> campo, o mesmo po<strong>de</strong>se<br />

dizer em relação à luta, já que práticas e representações pu<strong>de</strong>ram<br />

ser apreendidas no próprio narrar-se da história <strong>de</strong>sses sujeitos, na<br />

memória do vivido.<br />

As consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Neves fundamentaram a percepção <strong>de</strong> um<br />

entrelaçamento, uma dinâmica na relação entre a história e a memória.<br />

Para essa autora, na sua relação com a história, “a memória constitui-se<br />

como forma <strong>de</strong> preservação, e retenção do tempo, salvando-o<br />

do esquecimento e da perda. Portanto, História e memória, por meio<br />

<strong>de</strong> uma inter-relação dinâmica, são suportes das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s individuais<br />

e coletivas”. (2000, p.109)<br />

Foi a memória da história <strong>de</strong> lutas atrelada ao que se vivia naquele<br />

presente o expoente para o <strong>de</strong>linear dos eixos da pesquisa. A<br />

abordagem encontrou âncora na expressão daqueles que viveram esse<br />

histórico <strong>de</strong> lutas e no diálogo construído em meio à teoria das representações<br />

sociais.<br />

Como se po<strong>de</strong> perceber, a discussão das representações sociais<br />

fundamentou a análise <strong>de</strong>senvolvida, por propiciar a compreensão<br />

<strong>de</strong> que a representação não existe sem os sujeitos, sendo<br />

eles: “[...] a fonte primeira e única <strong>de</strong> ação significante”. Mas, “[...]<br />

na solidão <strong>de</strong> um mundo sem objetos, o sujeito, é ele mesmo uma<br />

impossibilida<strong>de</strong>” (JOVCHELOVITCH, 1998b, p.72). Desse modo, foi<br />

possível compreen<strong>de</strong>r a existência <strong>de</strong> uma interação entre sujeito e<br />

objeto, condições subjetivas e objetivas, indivíduo e coletivo, práticas<br />

e representações. Daí o alicerce que essa teoria ofereceu para<br />

a abordagem.<br />

A realida<strong>de</strong> foi então evi<strong>de</strong>nciando os limites e possibilida<strong>de</strong>s da<br />

teoria, e não o inverso, na medida em que as evidências históricas<br />

po<strong>de</strong>m nos dizer mais do que o que se tece na teoria, caso essa<br />

ignore a dinâmica das práticas sociais. Não coube, então, o confronto<br />

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