Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

Durante o período de pesquisas fomos elaborando um fichário
com datas, locais e meios em que ocorreram as mesmas, assim como
também informações relevantes a respeito do autor (Visconde de Taunay)
e da obra Ierecê a Guaná. Também em meio ao período de pesquisas
e leitura reflexiva da obra foram apresentados resumos, artigos e comunicações
em eventos universitários. Para tanto, foram utilizados
como suporte teórico textos de Boris Fausto para auxílio em questões
históricas, de Lúcia Helena para narrativas de fundação, de Júlio Cézar
Mellati para as questões indígenas, de Leyla Perrone-Moisés para questões
de crítica literária e de Sheila Maciel para as questões de memória
e gêneros confessionais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As pesquisas comprovaram o esquecimento da obra Ierecê a
Guaná, das dez obras de história e análise literárias, somente em
uma, Formação da literatura brasileira (1997), de Antonio Candido,
encontra-se referência a respeito do conto.
O artigo de Candido, intitulado “A sensibilidade e o bom senso
do Visconde de Taunay”, inclui diversas críticas favoráveis à produção
literária de Taunay. Dentre elas, a capacidade de descrição do autor,
as impressões e lembranças narradas em sua obra através de suas
experiências de viajante. Quanto ao conto, Candido estabelece comparações
entre a índia Ierecê e a índia Antônia, descrita por Taunay em
seu livro Memórias como a mulher que mais amou, e também estabelece
comparações entre o conto e a obra Inocência. O crítico considera
Ierecê a Guaná, “um belo conto, o melhor de quantos Taunay escreveu”
(Cf. CANDIDO, 1997 p.280).
Nas demais obras pesquisadas, cinco obras apenas mencionam
a obra Histórias Brasileiras (onde inicialmente estava publicado
o conto Ierecê a Guaná) em suas bibliografias. São estas: A literatura
brasileira (s.d.), de Antônio Soares Amora, que inclui apenas descrições
datadas a respeito da obra de Taunay; A literatura no Brasil
(1969), de Afrânio Coutinho, que descreve sobre a capacidade descritiva
de Taunay na obra Inocência; Dicionário literário brasileiro (1978),
de Raimundo de Menezes, que inclui apenas informações biográficas
de Taunay; História da literatura brasileira (1975), de Antonio Candido
e J. Aderaldo Castello, que consta descrições da vida de Taunay e
críticas favoráveis a respeito da capacidade descritiva do mesmo e,
por fim, o renomado História concisa da literatura brasileira (1989),
de Alfredo Bosi, que inclui críticas favoráveis à capacidade de obser-
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