Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de TrÃªs Lagoas

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Portanto, nesse diálogo com Portelli, objetivamos reconhecer nos trabalhos com fontes orais o relato mais representativo, o que abre mais possibilidades e, de acordo com este autor, é sempre o relato individual que combina mais motivos narrativos. Ou seja, em outras palavras “a História Oral e as memórias não nos oferecem um esquema de experiências comuns, mas sim um campo de possibilidades compartilhadas, reais ou imaginárias” 24 . Em vista da produtividade deste ano, consideramos que muitos avanços foram alcançados tanto no recorte das problemáticas, no estabelecimento dos objetivos, das hipóteses, bem como na discussão teórico-metodológica e no trabalho com as fontes. De acordo com Borges, devemos sempre nos lembrar de que precisamos discutir o tema e seus referenciais, levando em consideração o fato de que as reflexões se constroem na prática da pesquisa, em virtude das diferentes posições sobre o assunto estudado. Para a autora “contrapor, criticar, refletir, analisar, devem ser nossas preocupações centrais em todo o percurso do projeto e da pesquisa.” 25 . Nessa direção, daremos continuidade a este trabalho realizando novas leituras bibliográficas, investigando fontes impressas em jornais e revistas de grande circulação no Estado de São Paulo no período analisado, fazendo nova tentativa de busca no Arquivo Criminal de Três Lagoas, organizando o material coletado, transcrevendo algumas entrevistas já realizadas e realizando outras. Por esses caminhos, continuaremos a dialogar com o passado, tomando por base questões que se nos deparam no presente, buscando explicações sobre modos segundo os quais hegemonias se constroem e se realimentam, e também, como sofrem contestações e resistências. Com esses passos, visamos apreender o movimento e as transformações na dinâmica social das relações sociais vividas por Camisa de Couro em Três Lagoas nas décadas de 50 e 60. Desta forma, caminhando nas trilhas da prática e da teoria, vamos traçando os rumos de nossa pesquisa. 278 NOTAS 1 Trabalho desenvolvido com base na pesquisa Camisa de Couro: bandido ou mocinho no imaginário da população de Três Lagoas? , sob orientação da Profª. Olga Brites. Este texto contém trechos do relatório de atividades que foi apresentado no 1º semestre do curso de Mestrado do Programa de Estudos Pós-Graduados em História, PUC-SP.
2 Graduada em Direito pela Instituição Toledo de Ensino e em História pela UFMS, Especialista em Direito Processual e Mestranda do Programa de Estudos Pós-Graduados em História da PUC-SP. 3 HALL, Stuart. Estudos Culturais Dois Paradigmas, in A Diáspora Identidades e Mediações Culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003, p. 125 4 Idem, p.126 5 Idem, Ibidem 6 SARLO, Beatriz. Paisagens Imaginárias. São Paulo: Edusp, 1997, p.55- 63 7 Idem 8 Idem, Ibidem 9 HALL, Stuart. Notas sobre a desconstrução do “popular”. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p.247 - 264 10 Idem 11 Idem - Ibidem 12 WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar Editores, sd, p. 19-26 13 THOMPSON, E. P. Costumes em Comum. São Paulo: Companhia das Letras, sd, p. 13-24 14 BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da história in Magia e Técnica, Arte e Política. p. 222 - 232 15 Idem 16 Idem, Ibidem 17 Ibidem 18 Segundo Walmir Batista Correa em sua obra Coronéis e Bandidos em Mato Grosso, a região mato-grossense ficou conhecida como terra sem lei, ou onde a única lei existente obedecia ao artigo 44, ou seja, a lei com calibre 44. 19 BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história in Magia e Técnica, Arte e Política. p.p 222 e 223 20 Idem 21 PORTELLI, Alessandro. O massacre de Civitella Val di Chiana (Toscana: 29 de junhi de 1944): mito, politica luto e senso comum. In Usos e Abusos da História oral. Janaina Amado e Marieta de Moraes Ferreira (coord.). 5ª edição. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002. p. 103-130 22 Idem 279
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