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Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas

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do Itapura, isto é, o Estabelecimento Naval e Colônia Militar já estavam<br />

instituídos, pouco se ouve dizer sobre os “bravios” índios. Tem-se<br />

uma alusão, outra ou nenhuma, porém, sempre em número, e reduzido,<br />

<strong>de</strong> grupos guaranis ou a menção dos coroados pelas redon<strong>de</strong>zas<br />

da vila, estes últimos em inícios do século XX, isso se conferirmos nos<br />

relatórios das expedições da Comissão Geográfica e Geológica (1930,<br />

p. 6).<br />

Voltemos ao que se constitui esta parte, pois que a partir <strong>de</strong><br />

então e, sobretudo <strong>de</strong>pois da In<strong>de</strong>pendência, as viagens fluviais tornaram-se<br />

cada vez mais raras, segundo Holanda, até <strong>de</strong>saparecem completamente<br />

por volta <strong>de</strong> 1838. Foi exatamente nesse ano, diz-nos<br />

Holanda, que uma epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> febre tifói<strong>de</strong> apareceu no Tietê, mais<br />

precisamente em Porto Feliz, o antigo Araritaguaba, <strong>de</strong>ixando poucos<br />

sobreviventes entre os últimos mareantes e pilotos daquele porto (1990,<br />

p. 40-42). Esta constatação seria feita pelo primeiro tenente <strong>de</strong> armada<br />

Antonio Mariano <strong>de</strong> Azevedo, o qual viria a ser o primeiro diretor da<br />

vila militar e naval do Itapura, em 1858, quando há um ano antes este<br />

homem fez uma expedição pelo rio Tietê a fim <strong>de</strong> averiguá-lo para instalação<br />

<strong>de</strong> povoamentos e auferir o processo <strong>de</strong> colonização do governo<br />

imperial.<br />

Afinal, em 1856 e 1858, se efetuaram as primeiras tentativas<br />

para o povoamento das terras do Itapura e do Avanhandava, isto é,<br />

mediante a fundação <strong>de</strong> colônias militares, ressaltando-se aqui, que<br />

no Itapura estabeleceu-se um pequeno arsenal da Marinha, colocando<br />

à disposição da oficialida<strong>de</strong> marinheira, o vapor Tamandatahy.<br />

Mas, mesmo assim, Holanda diz que “a navegação fluvial já não<br />

oferecia po<strong>de</strong>roso atrativo aos homens do Planalto”, isso no começo<br />

do século XIX, porque sendo os rios caudalosos e aci<strong>de</strong>ntados,<br />

principalmente o Tietê, não dispunham <strong>de</strong> tecnologia suficiente para<br />

dominá-los e fazer-se navegá-los por máquinas. Com o Salto <strong>de</strong><br />

Itapura, cujas águas, <strong>de</strong>spenhando-se <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> altura, não encontram<br />

obstáculos que as divi<strong>de</strong>m, como no Avanhandava, caindo o<br />

rio “para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si mesmo”, expressão utilizada por Holanda ao<br />

referir-se <strong>de</strong> um geógrafo mo<strong>de</strong>rno, fecha-se a série <strong>de</strong> cachoeiras<br />

do Tietê. Até <strong>de</strong>saguar-se no Paraná, só se encontram corre<strong>de</strong>iras<br />

<strong>de</strong> menor importância.<br />

O maior perigo estava, porém, no Jupiá, on<strong>de</strong> era preciso mão<br />

forte nos remos para vencer os terríveis re<strong>de</strong>moinhos. Já em fins do<br />

século XVIII, diz o sargento-mor Teotônio José Juzarte, conforme<br />

Holanda, que “[...] Toda a habilida<strong>de</strong> dos proeiros consistia, neste passo,<br />

em evitar, tanto quanto possível, o sorvedouro central que, ora atrai<br />

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