Anais de Historia CPTL - 2006.pmd - Campus de Três Lagoas
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mais assiduamente contra o tráfico e navios ingleses percorriam os<br />
mares pilhando e capturando barcos que transportavam negros ou eram<br />
suspeitos <strong>de</strong> se ocuparem <strong>de</strong>sse comércio. O Brasil sendo ameaçado<br />
pe<strong>de</strong> um prazo para que se encerrasse o tráfico negreiro e para que a<br />
partir <strong>de</strong> então o comércio negreiro fosse consi<strong>de</strong>rado pirataria e aqueles<br />
que o praticassem fossem punidos severamente.<br />
O trafico aumentava a cada ano, pois apesar <strong>de</strong> os tratados<br />
políticos feitos entre o Brasil e a Inglaterra, o interesse da lavoura exigia<br />
mão-<strong>de</strong>-obra abundante. A contradição era percebida também no<br />
po<strong>de</strong>r econômico do senhor, que era medido pelo número <strong>de</strong> pés <strong>de</strong><br />
café e escravos que possuísse em suas fazendas.<br />
Conforme Costa (1982), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras ameaças da Inglaterra<br />
até aproximadamente 1850 várias leis foram realizadas em prol<br />
ao fim do tráfico negreiro, entretanto estas se revelaram ineficazes em<br />
face da realida<strong>de</strong> que a <strong>de</strong>smentia. O tráfico, durante este período,<br />
prosseguiu com a mesma intensida<strong>de</strong>.<br />
Em agosto <strong>de</strong> 1845, o governo inglês votou o Bill Aber<strong>de</strong>en. Por<br />
este ato foi <strong>de</strong>clarado lícito apresamento <strong>de</strong> qualquer embarcação<br />
empregada no tráfico. No Brasil a opinião pública começava a se dividir.<br />
Fazen<strong>de</strong>iros com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> escravos viam na interdição do<br />
tráfico uma provável valorização <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s.<br />
O empolgamento da questão pelo jogo político partidário,<br />
a pressão britânica, o recru<strong>de</strong>scimento da<br />
vigilância nos mares pela marinha inglesa, o fato <strong>de</strong><br />
setores mais ou menos extensos estarem momentaneamente<br />
abastecidos <strong>de</strong> escravos, criaram as<br />
condições que serviram <strong>de</strong> base para que se resolvesse<br />
<strong>de</strong>finitivamente a questão do tráfico. (COSTA,<br />
1982, p.24)<br />
Desta forma, em 04 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1850 fica <strong>de</strong>terminado que<br />
as embarcações brasileiras seriam apreendidas e consi<strong>de</strong>radas importadoras<br />
<strong>de</strong> escravos. A partir <strong>de</strong> então consi<strong>de</strong>rava-se a importação<br />
<strong>de</strong> escravos pirataria e como tal era punida. A lei <strong>de</strong> 1850 foi a que<br />
mais colaborou para a redução <strong>de</strong> tal problema. Diante das dificulda<strong>de</strong>s<br />
postas à importação <strong>de</strong> negros, as zonas cafeeiras em franco<br />
<strong>de</strong>senvolvimento apelaram para o mercado interno, datando daí as gran<strong>de</strong>s<br />
migrações <strong>de</strong> escravos do nor<strong>de</strong>ste e do sul para a região do café.<br />
Durante o período migratório dos escravos havia uma série <strong>de</strong><br />
preconceitos que distinguiam o bom do mau escravo. Desta forma aqueles<br />
que não mais interessavam eram logo <strong>de</strong>scartados.<br />
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