12.07.2015 Views

O repasse do dinheiro público a organizações não-governamentais

O repasse do dinheiro público a organizações não-governamentais

O repasse do dinheiro público a organizações não-governamentais

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Nietzsche um dia se perguntou porque os gregos, sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>s pelo sentimento trágico da vida, <strong>não</strong>sucumbiram ao pessimismo. A resposta que encontrou é a mesma que encontro em ti. Eles <strong>não</strong> se entregaramao pessimismo porque foram capazes de transformar a <strong>do</strong>r em beleza. Como as pérolas.A beleza <strong>não</strong> elimina atragédia, mas a torna suportável. A felicidade é um <strong>do</strong>m que deve ser simplesmente goza<strong>do</strong>. Ela se basta. Masela <strong>não</strong> cria. Não produz pérolas.São os que sofrem que produzem a beleza para parar de sofrer.Nesse teu canto triste Ronal<strong>do</strong>, cresceu o advoga<strong>do</strong> combativo, capaz de lutar pelas injustiças sociais e,principalmente, pelo esta<strong>do</strong> democrático de direito; brilhou o parlamentar, cinco vezes reconduzi<strong>do</strong> pelo povo<strong>do</strong> Pará à Assembléia Legislativa, para representar seus interesses e, numa delas com a maior votação dada atéhoje proporcionalmente a um Deputa<strong>do</strong>, o que o fez nos seus mandatos com responsabilidade e ética; surgiuenfim, o Conselheiro com quem convivo por mais de uma década. Primeiro como servi<strong>do</strong>r dessa casa, depois emais amiúde, como par, com quem aprendi, dentre outras lições, a de que um homem para ser um Conselheirodeve ter, antes de tu<strong>do</strong>, um comportamento sereno, altivo e equilibra<strong>do</strong> para ser digno da função para qual foiescolhi<strong>do</strong>.Como Conselheiro, por seus méritos, fostes reconduzi<strong>do</strong> três vezes à presidência da Casa. Interiorizastesainda mais o Tribunal reciclan<strong>do</strong> uma centena de milhares de servi<strong>do</strong>res municipais por meio de cursos epalestras; dinamizastes e aperfeiçoastes os meios de controle externo; arregimentastes parceiros, por meio deConvênios, para o exercício fiscalizatório <strong>do</strong>s gastos <strong>público</strong>s, mas tu<strong>do</strong> isso <strong>não</strong> se iguala ao teu maior feito: aHumanização desse Tribunal.Digo isso com grau de julgamento de quem conviveu nessa Casa desde o seu nascimento e ter ti<strong>do</strong> a honrade privar, se<strong>não</strong> da amizade, mas com certeza, <strong>do</strong> respeito de to<strong>do</strong>s os Conselheiros que por aqui passaram epor aqui estão desde Egídio Sales a José Carlos Araújo. Costumo brincar entre os meus próximos que, comoBenjamin dessa Casa, denominação que se concede ao mais jovem membro de uma associação, numa alusãobíblica ao filho mais novo de Jacó e Raquel, estou mais para Matusalém.E digo isso porque, antes <strong>do</strong> Ronal<strong>do</strong>, <strong>não</strong> existia um embrião sequer de ações concretas voltadas à <strong>do</strong>r <strong>do</strong>próximo. O Tribunal como Instituição capaz de promover justiça social por meio da solidariedade era uma “ostrafeliz” e assim cantava sua canção monocórdia de tão somente exercer seu papel constitucional.Mas você, Ronal<strong>do</strong>, com a sensibilidade d´alma percebeu que o Tribunal <strong>não</strong> é só isso. O Tribunal étambém composto de gente, companheiros de luta, servi<strong>do</strong>res <strong>público</strong>s como você e eu, <strong>do</strong> mais simples aomais gradua<strong>do</strong>, e a to<strong>do</strong>s esses Ronal<strong>do</strong>, <strong>não</strong> faltou de você a mão amiga, o abraço sincero, o ouvi<strong>do</strong> paciente<strong>do</strong> Presidente e Conselheiro Ronal<strong>do</strong> Passarinho. Um exemplo de humildade e magnitude que só os grandeslíderes sabem exercer.Foi com o seu espírito cristão de formação Salesiana que se instituiram grupos de evangelização nesseTribunal, e esse trabalho que embrionariamente foi seu e hoje está difundi<strong>do</strong> no espírito de cada servi<strong>do</strong>r, fez econtinua fazen<strong>do</strong> maravilhas para minorar a <strong>do</strong>r <strong>do</strong>s que mais necessitam em nossa comunidade.Mas permita-me Ronal<strong>do</strong>, dentre to<strong>do</strong>s esses feitos, o que mais me sensibilizou foi o convênio que oTribunal mantém até hoje, com vista a reinserir no contexto social os meninos e meninas da FUNCAP. Nessegesto tão pequeno para instituição, mas tão significativo de responsabilidade social, houve o sopro de Deus natua consciência para que aqui nessa Casa nós resgatássemos nesses jovens a esperança de um futuro melhor,abala<strong>do</strong>s que foram na sua fé pelas vicissitudes da vida. Vejo no olho de cada a<strong>do</strong>lescente um olhar <strong>do</strong> André,um irmão que <strong>não</strong> conheci, mas que sempre amei, porque ele continua a nos ensinar até hoje o verdadeiro valorda vida! Pérolas, pérolas, pérolas.É por isso que hoje, às vésperas de deixar a vida pública <strong>do</strong> qual magnificamente prestastes relevantesserviços, é que de <strong>público</strong> gostaria de agradecer, em nome <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> TCM, bem como, <strong>do</strong>s Conselheiros,mas também, permita-me, em nome de minha família, e, em especial, em nome de meu pai Luiz Daniel LavaredaReis, homem a quem tu e teu tio conheceram muito bem, por tu<strong>do</strong> que fizeste de bom ao povo <strong>do</strong> Pará e, emespecial, ao Tribunal de Contas <strong>do</strong>s Municípios.E é por isso Ronal<strong>do</strong>, que quan<strong>do</strong> lembro e retrato, com muita justiça, alguns de teus feitos, lembro de MarioQuintana, para te dizer e registrar que na história <strong>do</strong> Pará e desse Tribunal, que nesse ano completa 25 anos deexistência, muitos passaram e muitos passarão, você Ronal<strong>do</strong>... Passarinho.Muito obriga<strong>do</strong>!Revista TCMRJ n. 39 - setembro 2008113

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!