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O repasse do dinheiro público a organizações não-governamentais

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“A economia solidária cumpreeste papel potencial de promovera universalização da proteção aosdireitos humanos na maior partedas formações locais e regionaispelo Brasil afora.2004 e atualiza<strong>do</strong> em 2007 foramidentifica<strong>do</strong>s aproximadamente 22mil Empreendimentos EconômicosSolidários (EES) e Entidades deApoio, Assessoria e Fomento (EAF)que atuam em 2.934 municípios<strong>do</strong> Brasil, corresponden<strong>do</strong> a 53%<strong>do</strong>s municípios brasileiros, comuma movimentação financeira naordem de R$ 8 bilhões ao ano, eenvolven<strong>do</strong> diretamente cerca de<strong>do</strong>is milhões de membros associa<strong>do</strong>snessas <strong>organizações</strong> 5 .Com intuito de favorecer odesenvolvimento <strong>do</strong>s empreendimentoseconômicos solidários, orientan<strong>do</strong>suas ações, com base em informaçõesdisponíveis foi construí<strong>do</strong> o SistemaNacional de Informações em EconomiaSolidária (SIES), instruí<strong>do</strong> na portarian o 30, de 20.03.06. O Ministério <strong>do</strong>Trabalho e Emprego, por meio daSecretaria Nacional de EconomiaSolidária, estabeleceu no seu PlanoPlurianual 2008-2011, no âmbito <strong>do</strong>Programa - Economia Solidária emDesenvolvimento - a ação de organizara comercialização em âmbito nacional,os produtos e serviços oriun<strong>do</strong>s das<strong>organizações</strong> da economia solidária 6 .Só tem cresci<strong>do</strong> a complexidade”desse quadro da economia solidáriano contexto das questões tradicionaisde gestão e conexão com demaispolíticas públicas, e no interior dasteses fundamentais <strong>do</strong> direito e da teoriasocial, econômica e <strong>do</strong>s fundamentospolíticos e culturais das relações Esta<strong>do</strong>e Sociedade Civil.No interior deste ambiente éque podemos situar de maneiramais profunda o significa<strong>do</strong> daquestão das inversões de recursos<strong>público</strong>s <strong>do</strong>s três níveis de governona economia solidária sob a formadas redes de proteção, fomento efinança social (microcrédito, entreeles). Questão relevante tem si<strong>do</strong>suscitada sobre como constituiruma nova base de controlabilidade(accountability) associada com aavaliação de resulta<strong>do</strong>s (efetividade)<strong>do</strong>s investimentos em matéria demicrocréditos, por exemplo 7 .Introdutoriamente, nos limitesdeste artigo, podemos situar ao menostrês territórios distintos nos quais serápercebi<strong>do</strong> diferentemente o significa<strong>do</strong>da economia solidária como marco deuma nova sociedade civil econômica<strong>do</strong>tada de estruturas de merca<strong>do</strong>justo:1. O território da identidadenacionalNeste território, a nova sociedadecivil da economia solidária tem diantede si duas lógicas opostas. A primeiralógica diz respeito à concepção deesfera civil segun<strong>do</strong> a matriz <strong>do</strong>pensamento político e jurídico liberalclássico enquanto uma constelaçãoatomística de interesses econômicospriva<strong>do</strong>s, noção <strong>do</strong>minante no discursoatual <strong>do</strong> pensamento conserva<strong>do</strong>rem sociedades capitalistas centrais esemi-periféricas. O objetivo declara<strong>do</strong>desta matriz de pensamento e práticasé a regulamentação assim como aregulação <strong>do</strong>s conflitos intercapitalistas.O funcionamento <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>scapitalistas (de produtos, mão deobra, <strong>dinheiro</strong> e títulos), na medida emque acirra a luta de to<strong>do</strong>s contra to<strong>do</strong>s,parece uma confirmação <strong>do</strong> para<strong>do</strong>xoEnriquez: a intervenção <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> secoloca como repara<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s interessesgerais, mas enfraquece a sua próprialegitimidade e daí entra em crise deregime. Mas a esta esfera exclusivamenteestatal e assumidamente públicaporque governamental, distinta da5Ver o conjunto de <strong>do</strong>cumentos técnicos, programáticos e bases legais das políticas de fomento acompanhamento da economia solidária no Brasil,em http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/prog_apresentacao.pdf. O programa economia solidária em desenvolvimento pela Secretaria Nacionalde Economia Solidária - SENAES - foi criada no Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego - MTE - em junho de 2003 e ao longo <strong>do</strong> ano desenvolveuações de estruturação interna, de interlocução com a sociedade civil com os diversos setores <strong>do</strong> próprio MTE e com outros órgãos<strong>governamentais</strong>. Segun<strong>do</strong> esta fonte, 2004 foi o primeiro ano em que a SENAES contou com orçamento próprio. Neste contexto teve comodesafio a implementação <strong>do</strong> Programa Economia Solidária em Desenvolvimento e a institucionalização <strong>do</strong>s procedimentos de execução de suaspolíticas e <strong>do</strong>s recursos orçamentários disponíveis. Foi um ano de experimentação, onde a partir das demandas apresentadas pela sociedadecivil e pelas políticas <strong>do</strong> Governo Federal, a SENAES ampliou a esfera de suas ações e recursos.6Ib.id. consulta<strong>do</strong> em 20087Ver a propósito das questões envolvidas na controlabilidade de um tribunal de contas diante da economia solidária especialmente microcrédito,a edição de maio de 2008 da Revista <strong>do</strong> Tribunal de Contas <strong>do</strong> Município <strong>do</strong> Rio de Janeiro, matéria com o voto <strong>do</strong> Conselheiro-relator José deMoraes Correia Neto, “Empréstimo-SMT”, no qual analise extensa e de forma brilhante os antecedentes envolvi<strong>do</strong>s no processo envolven<strong>do</strong> aSecretaria Municipal <strong>do</strong> Trabalho e Emprego e Riocred, processo 40/003.853/2004. Sessão plenária de 07.04.2008.Revista TCMRJ n. 39 - setembro 200869

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