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O repasse do dinheiro público a organizações não-governamentais

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Esta<strong>do</strong> e Sociedade Civil diante danova Economia Solidária no Brasil(Qual Governança e Controlabilidade?)“Mutações <strong>do</strong> dualismo Esta<strong>do</strong>-Sociedade Civil”, “Dinamismo<strong>do</strong>s diferentes” e “as novas configurações da sociedade civilcom economia solidária” são três <strong>do</strong>s seis tópicos analisa<strong>do</strong>spelo sociólogo e economista político Ricar<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Neder,professor <strong>do</strong>utor no Centro de Desenvolvimento SustentávelUniversidade de Brasília – UnB, onde dirige o Observatório <strong>do</strong>sMovimentos pela Tecnologia Social no Brasil.Ricar<strong>do</strong> Tole<strong>do</strong> Neder 1Sociólogo, economista político e professor da UNBAa p l i c a ç ã o d e r e c u r s o s<strong>público</strong>s à nova economiasolidária no Brasil deve sercontextualizada como parte de umambiente sociopolítico e cultural,institucional e jurídico, aberto paraagasalhar programas de difusão deinovações no âmbito das <strong>organizações</strong>civis e entidades comunitárias. Esteesforço inicia<strong>do</strong> com políticas públicaspara fomento de microfinanças efinança social demanda, pelas razõesapresentadas neste artigo, um novomo<strong>do</strong> de produção jurídico <strong>do</strong>regime de direito administrativopara assegurar que haja governançae controlabilidade (accountability)da/na aplicação <strong>do</strong>s recursos parao setor da economia solidária noBrasil.As mudanças estruturais de ordemeconômica e social nas últimasdécadas, como tendência mundial,fragilizaram o modelo tradicional derelações de trabalho capitalista.Ao longo <strong>do</strong>s anos 1980/2000houve aumento da informalidade,precarização <strong>do</strong>s contratos detrabalho, associa<strong>do</strong>s à tendênciade desemprego em massa. Sãomilhões de trabalha<strong>do</strong>res que sesujeitam a abdicar de seus direitossociais para garantir a sobrevivência.Simultaneamente ao aprofundamentodessa crise foram sen<strong>do</strong> abertos novosespaços para o surgimento e avançode novas formas de organização<strong>do</strong> trabalho e de tecnologia social– exigência direta <strong>do</strong> imperativode os trabalha<strong>do</strong>res encontraremalternativas de geração de renda. NaEconomia Solidária encontramosmilhares de trabalha<strong>do</strong>res organiza<strong>do</strong>sde forma coletiva, gerin<strong>do</strong> seupróprio trabalho e lutan<strong>do</strong> pela suaemancipação. São iniciativas de<strong>organizações</strong> civis, com um leve soprode fomento estatal.Se crescerem os recursosdas políticas <strong>governamentais</strong> defomento financeiro, educacionale científico-tecnológico para estemovimento, ele poderá prosperarem grande escala em torno <strong>do</strong>satuais projetos produtivos coletivos,cooperativas populares, redes deprodução–consumo–comercialização;instituições financeiras voltadaspara empreendimentos popularessolidários, empresas recuperadaspor trabalha<strong>do</strong>res, organiza<strong>do</strong>sem autogestão, cooperativas deagricultura familiar, cooperativasde prestação de serviços, dentreoutras. As bases estão lançadas eexige-se agora nova governança emeios técnico-jurídicos para umnovo sistema de controlabilidade (ouaccountability).Neste artigo discuto menosos da<strong>do</strong>s empíricos acerca destaconfiguração <strong>do</strong>s movimentos pelaEconomia Solidária em si, (de fácilacesso em várias fontes na internet) emais as bases teóricas e <strong>do</strong>utrinárias,filosóficas e sociológicas, que têmorienta<strong>do</strong> as relações <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>com a sociedade civil no merca<strong>do</strong>da economia social. Proponhocomo exercício de construção umnovo referencial conceitual parasituar as relações entre Esta<strong>do</strong>e Sociedade Civil na atualidade(primeira metade <strong>do</strong> Século XXI) ao1Sociólogo e economista-político, prof. Dr. no Centro de Desenvolvimento Sustentável Universidade de Brasília – UnB, onde dirige o Observatório<strong>do</strong>s Movimentos pela Tecnologia Social no Brasil e outros projetos conexos com a economia solidária. Contato: rtneder@unb.br.Revista TCMRJ n. 39 - setembro 200865

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