artigoTribunais de Contas:comunicar é precisoA pouca atenção que os Tribunais de Contastêm da<strong>do</strong> às políticas de comunicação é, para oconselheiro Manoel Castro, um <strong>do</strong>s motivos <strong>do</strong>desconhecimento <strong>público</strong> sobre o que os tribunaisvêm realizan<strong>do</strong> e a desconfiança quanto à sua ação.Conselheiro Manoel Figueire<strong>do</strong> CastroPresidente <strong>do</strong> TCE/BAUm a o p o r t u n a e v a l i o s apesquisa da Universidade deBrasília constata que 55,1%<strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s desconhecem opapel <strong>do</strong> Tribunal de Contas da Uniãoe, o que é igualmente preocupante,aqueles que têm conhecimentod o t r a b a l h o d o T C U n u t r e mdesconfianças quanto à sua ação. Seeste é o quadro apura<strong>do</strong> em relaçãoao TCU, freqüenta<strong>do</strong>r assíduo <strong>do</strong>noticiário, o que se poderia deduzirquanto aos Tribunais de Contas <strong>do</strong>sEsta<strong>do</strong>s e Municípios?A resposta, a despeito da carênciade da<strong>do</strong>s objetivos, parece óbvia.Existin<strong>do</strong> ou <strong>não</strong> desconfiança, écerto que o brasileiro sabe muitopouco ou quase nada sobre o queos tribunais vêm realizan<strong>do</strong>, emparticular <strong>do</strong> alvorecer da décadade 90 até os dias atuais, quan<strong>do</strong> ademocratização ganhou fôlego ea coisa pública passou a merecerparticular atenção da sociedade.Na raiz <strong>do</strong> problema, encontra-se apouca atenção que os tribunais têmda<strong>do</strong> às políticas de comunicaçãopública, e ao papel da imprensacomo partícipe <strong>do</strong> controle socialnos tempos atuais.As crescentes exigências dediálogo e transparência constituemclaramente uma inversão dastendências <strong>do</strong>minantes no ambiente<strong>do</strong>s tribunais. Ao longo <strong>do</strong> tempo,conta<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong>s primeiros anos daRepública, os tribunais de contas seacostumaram ao posicionamento deum poder acima da sociedade. Sen<strong>do</strong>os conselheiros vitalícios, as práticas<strong>do</strong>minantes podiam estar voltadaspara a conquista <strong>do</strong>s melhoresresulta<strong>do</strong>s, mas nunca fez parte <strong>do</strong>sritos o compromisso permanentecom a divulgação <strong>do</strong> que era feito.E, quan<strong>do</strong> isto acontecia, sempre foide forma tímida e <strong>não</strong> continuada.A comunicação estratégica exigejustamente o oposto. Não basta fazer,é preciso mostrar.A iniciativa privada aprendeuessas lições ainda nos anos 80, quan<strong>do</strong>a comunicação se tornou mais <strong>do</strong> queuma ferramenta, um instrumentode gestão. A área pública, em seuconjunto, permaneceu ancorada aosvelhos hábitos, <strong>do</strong> ciclo varguista, deprivilegiar mais a propaganda <strong>do</strong> quea informação. Os tribunais nem nessesenti<strong>do</strong> caminharam. Fecharam-seem si mesmos.Partin<strong>do</strong> de tais constatações,é imperativo afirmar que chegou ahora de rever a antiga cultura da <strong>não</strong>comunicação e evoluir no rumo de umpatamar totalmente novo. Comunicaré indispensável. O argumentochaveque surge nessa discussão é,em primeiro lugar, a conquista dalegitimidade. Basta olhar a históriarecente <strong>do</strong> país para se constatarque a legitimidade tornou-se umpredica<strong>do</strong> fundamental. E comose conquista a legitimidade? Coma construção de tríade reputaçãoimagem-identidade.A leitura da pesquisa da UNBsugere ações rápidas nesse senti<strong>do</strong>.Tanto o TCU como os tribunais decontas <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s e <strong>do</strong>s municípios,no que pesem alguns episódiosclaramente negativos, vêm exercen<strong>do</strong>importante papel na fiscalizaçãode obras, contratos, convênios,<strong>organizações</strong> <strong>não</strong> <strong>governamentais</strong>,e evoluí<strong>do</strong> no controle <strong>do</strong>s poderesexecutivo, legislativo e judiciário.Para isso, os Tribunais de Contas<strong>do</strong> Brasil estão passan<strong>do</strong> por umgrande esforço de reformulação, comvistas ao combate pleno à corrupção,através da qualificação <strong>do</strong>s seusservi<strong>do</strong>res e da otimização <strong>do</strong>s seusprocedimentos.Esse esforço está ampara<strong>do</strong>pelo convênio firma<strong>do</strong> entre os TCscom o Banco Interamericano deDesenvolvimento (BID), o Ministério<strong>do</strong> Planejamento, Orçamento e Gestão,sob a coordenação da Associação <strong>do</strong>sMembros <strong>do</strong>s Tribunais de Contas <strong>do</strong>78 setembro 2008 - n. 39 Revista TCMRJ
Brasil (Atricon) e <strong>do</strong> Instituto RuyBarbosa (IRB), o PROMOEX. O projetoque ganhou forma, já em plenaexecução, busca, entre outras coisas,implementar auditorias de resulta<strong>do</strong>s,social, ambiental, bem como auniformização da jurisprudência. Paratanto, está em andamento no TCU,o anteprojeto de lei processual quepropõe uniformizar os procedimentos<strong>do</strong>s TCs.Se estas ações se tornaremvisíveis, é certo que a reputação<strong>do</strong>s tribunais irá escalar pontospositivos junto à opinião pública.Mais ainda, vai proporcionar que aopinião se torne saber <strong>público</strong> e queesta contribua para a legitimação dasações em curso.O processo de aprimoramento <strong>do</strong>sorganismos de controle pressupõe aparticipação ativa <strong>do</strong> cidadão. Valeressaltar que os Tribunais de Contas,hoje, na sua maioria, aperfeiçoaramseus controles internos, implantaramouvi<strong>do</strong>rias, disque-denúnciacomo canais de comunicação e departicipação <strong>do</strong> cidadão na denúnciade atos irregulares que ocorram naadministração pública e nos própriostribunais de contas.Por outro la<strong>do</strong>, é importanteressaltar os limites <strong>do</strong> poderdiscricionário <strong>do</strong>s TCs, os quais,apesar de imporem o ressarcimentode valores por má gestão <strong>do</strong>s recursos<strong>público</strong>s e multas, <strong>não</strong> possuem alegitimidade para a execução de suasdecisões, nem poder para quebra <strong>do</strong>sigilo bancário e fiscal. Esse é umponto crucial e que tem si<strong>do</strong> objetode inúmeras reflexões e debatespor parte <strong>do</strong>s órgãos de controle.A legitimidade <strong>do</strong> agente <strong>público</strong>refere-se à necessária qualidade paratornar válida a sua atuação em face<strong>do</strong>s demais cidadãos. Ainda há muitoa ser feito e muito a ser aperfeiçoa<strong>do</strong>e, para isso, os órgãos de controleestão dispostos e abertos às críticas eessencialmente ao diálogo.O salto evolutivo <strong>não</strong> é difícil, masenfrenta uma sólida barreira cultural.A superação desse obstáculo exigeiniciativas. O ponto de partida, porexemplo, pode ser o planejamentoestratégico de comunicação associa<strong>do</strong>a treinamentos para que se conheçao verdadeiro valor <strong>do</strong> relacionamentocom a mídia e a sociedade. Haven<strong>do</strong>relacionamento de qualidade osresulta<strong>do</strong>s aparecem naturalmente.Apenas como exemplo, podemosdestacar alguns da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Relatório deAtividades <strong>do</strong> TCU, exercício 2007;a atuação desse órgão economizouR$4,8 bilhões para os cofres <strong>público</strong>s,ou seja, “... para cada real gasto como TCU, a União economizou mais dequatro e meio”, conforme ressaltou oMinistro Walton Rodrigues, presidente<strong>do</strong> TCU.BenefícioCompensação financeiraCompatibilização <strong>do</strong> objeto contrata<strong>do</strong> com as especificações ou com o projetoCorreção de vícios, defeitos ou incorreções no objeto contrata<strong>do</strong>Elevação de preço mínimo para privatização de empresaEliminação de desperdícios ou redução de custos administrativosGlosa ou impugnação de despesaIncremento da economia, eficiência, eficácia ou efetividade de programa de governoInterrupção <strong>do</strong> pagamento de vantagem indevidaRedução de valor contratualRedução <strong>do</strong> preço máximo em processo licitatórioRedução de tarifa públicaRedução no valor da contraprestação a ser paga pelo Governo FederalRestituição de recursos ao órgão repassa<strong>do</strong>rDiversos (relatório de obras públicas fiscalizadas)TotalValor (R$)910.000,003.677.185,751.138.526.931,5927.963.093,40235.778.596,86315.722.030,9345.225.365,6660.588.050,0080.696.575,731.797.294.711,83165.642.400,0020.000.000,0031.779.997,95950.780.000,004.874.584.939,70Fonte: Relatório de Atividades <strong>do</strong> TCU – exercício de 2007.Números como estes fundamentam a necessidade de os tribunais de contas vislumbrarem nos números coleta<strong>do</strong>s pelaUNB <strong>não</strong> um impasse, mas uma oportunidade. Não uma crise, mas um desafio a superar. É por este caminho que to<strong>do</strong>sescreverão um novo capítulo na sua história. E, ao fazê-lo, irão formar mais <strong>do</strong> que uma realidade de ação, uma realidadeque seja facilmente perceptível pela sociedade em âmbito individual e coletivo. Nesse momento, a comunicação passaráa ser um valor único distintivo <strong>do</strong>s tribunais. Um valor que encarna e traduz a efetiva contribuição que representa paraa modernização <strong>do</strong> poder <strong>público</strong> e <strong>do</strong> cuida<strong>do</strong> com a coisa pública.Revista TCMRJ n. 39 - setembro 200879
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