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O Dinossauro - Ordem Livre

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186eficiência das quase 600 empresas públicas que encabeçaram o desenvolvimentoeconômico do Brasil até seu atual resultado de um PNB de cerca de trezentos bilhões dedólares anuais, o que nos colocaria em sétimo lugar entre as potências do mundo livre. Éverdade que as comparações de Trebat se relacionam quase sempre com outros países emdesenvolvimento, principalmente da América Latina. É provável, certo, que nossaadministração pública seja mais eficiente e menos corrupta que a mexicana, ou a peruana,ou mesmo a argentina. Não é muito pretender! Trebat aceita a tese de que a empresa estataldesempenhou um papel de primeiro plano no esforço para conseguir a emergência do Brasilcomo nação industrial. Mas o mesmo resultado não teria sido possível pelo recurso àiniciativa privada, nacional e estrangeira, perguntamos nós? A discussão pode ser ociosa,mas o fato é que outros países conseguiram sobrepujar sua situação de subdesenvolvimento,sem recorrer a uma intervenção tão maciça do Estado na economia. Estamos agora mesmoassistindo ao desempenho admirável de países da Ásia Oriental como a Coreia, Taiwan, aMalásia e Singapura, que estão conseguindo esse sucesso pela confiança depositada naempresa privada.Trebat de qualquer forma condena a defesa ou a crítica do empresariado estatal embases exclusivamente ideológicas. Chego a concordar com esse ponto de vista pragmáticomas me pergunto se o momento realmente não chegou, em nosso país, de reavaliarmos aintervenção do Estado na economia. Tudo indica, aliás, que a uma tal reavaliação já se estáprocedendo na presidência Sarney, embora fique também certo que as proclamações deamor à iniciativa privada se encontram frequentemente na boca de ideólogos fortementecomprometidos com o socialismo. Até um dirigente do Partido Comunista se abalou aelogiar a iniciativa privada: melhor faria se abandonasse sua sovietofilia... O professoramericano opina no sentido de que as elites latino-americanas, ao levar em consideração asgrandes desigualdades econômicas e culturais reinantes no continente, temem a empresaprivada capitalista como susceptível de agravar tais desigualdades. Em toda parte, como noBrasil, o temor do enriquecimento dos empresários tem tido como consequência oenriquecimento ilícito dos capitalistas de Estado, o que quer dizer, dos burocrataspatrimonialistas. Ao ponto de vista de Trebat poderíamos então acrescentar que são essasmesmas elites intelectuais privilegiadas as que vão administrar as empresas estatais e, dessemodo, mantêm seus privilégios desiguais. O fato é que, se estivéssemos todos dispostos aaceitar o inevitável agravamento inicial das desigualdades, que acompanha a revoluçãoindustrial incipiente, lançaríamos as bases de um bem-estar econômico futuro de queparticiparia toda a população. Trebat, no entanto, não se estende sobre as raízes

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