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O Dinossauro - Ordem Livre

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248presidência anticlerical de Plutarco Elias Calles († 1945). Hoje, é o Estado "o capitalistamais poderoso do país, ainda que não seja, como todos sabemos, nem o mais eficiente, nemo mais honrado". Paz considera que as duas burocracias que dirigem o México, aadministrativa e tecnocrática, formando o pessoal governamental, e a que é constituídapelos profissionais da política encastelados no Partido, são a mente e o braço damodernização. Essas duas burocracias vivem em contínua osmose e passam,incessantemente, do partido ao governo, e vice-versa. O Estado é sustentado por umatrindade secular: o capital, o trabalho e o partido. Mas não é totalitário. É um Estadopatrimonialista que pertence a uma dupla burocracia. Além disso, existe uma nova classeemergente, oriunda da pequena burguesia empresarial e formada por estudantes eintelectuais. Estes desempenham hoje o papel que cabia outrora aos frades e clérigos —com a diferença que o lugar antes ocupado pela teologia e a religião o é agora pelaideologia. Em nosso século, acentua Paz, a ideologia não é só uma lente de aumento, étambém um cristal deformante que produz toda espécie de aberrações — não cromáticas,mas morais.A racionalidade do Estado, afirma Paz, "não é a utilidade, nem o lucro, nem apoupança, é o poder: sua conquista, sua conservação, sua extensão. O arquétipo do podernão está na economia mas na guerra; não na relação polêmica capital x trabalho, mas narelação hierárquica chefes x soldados. Donde o fato de que o modelo das burocraciaspolíticas e religiosas seja a milícia: a Companhia de Jesus e o Partido Comunista.... Aburocracia do PRI, continua o notável escritor, "está a meio caminho entre o partido políticotradicional e as burocracias que militam debaixo de uma ortodoxia e que operam comomilícias de Deus ou da História". O regime nascido da revolução — que se iniciou com aderrubada de Porfírio Diaz — "viveu muitos anos sem que ninguém pusesse em dúvida sualegitimidade. Os sucessos de 1968, que culminaram com a matança de várias centenas deestudantes, quebraram gravemente essa legitimidade, gasta além disso com meio século dedomínio ininterrupto". O resultado, observa Paz, foi a corrupção. O processo de corrupçãoeconômica e ideológica alcançou seu apogeu nas duas últimas presidências, a de Echevarriae a de Lopez Portillo. Do senador Jorge Diaz Serrano, íntimo de Lopez Portillo, se diz quedefraudou a Pemex em 34 milhões de dólares — pelo que foi formalmente acusado. Nadapor enquanto aconteceu ao ministro do Patrimônio, Jose Andres de Oteyza, superiorhierárquico de Diaz Serrano quando era este presidente da Pemex. Nem tampouco aoeconomista marxista Carlos Tello, sobre o qual pairam dúvidas quanto ao destino de cemmilhões de dólares do Banco do México, no período em que o dirigiu. Diga-se em louvor da

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