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O Dinossauro - Ordem Livre

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16coisas. Na proporção em que o processo vicioso se desdobrou, a revolução tecnológica foicriando um verdadeiro split na alma coletiva. Roendo lentamente as raízes de nossacivilização, a ênfase extrema sobre a Razão e sobre o intelecto proporcionou instrumentosmaravilhosos de domínio sobre a natureza, mas abriu simultaneamente os portais do mundosubterrâneo em nosso tempo.Desde Max Weber estamos bem informados sobre a "racionalização" da ética e docomportamento entre as nações influenciadas pelo Protestantismo. O triunfo do método edo metodismo. O desenvolvimento tremendo da civilização tecnológica, tanto quanto afilosofia da ciência com ela associada, foram de certo modo determinados por essemomentoso passado religioso. Temos que mirar para trás. Temos que reconhecer a crisehistórica da Reforma e Aufkärung subsequente, tal como deixaram rastos no InconscienteColetivo das grandes nações industriais do Ocidente, a fim de obter uma melhorcompreensão dos acontecimentos correntes. Nem tampouco podemos abstrair ascontracorrentes geradas, em todo o mundo menos desenvolvido, pelo impacto dessacivilização tecnológica.Não se trata porém, aqui, de definir a reação do Romantismo. Descobrir seconsiste na procura de um "espírito nacional" como ocorreu na Alemanha, na Itália e empaíses da Europa oriental, assim como na América Latina. Se, nesse sentido, é um "racismoliterário", como o definiu Thibaudet. Se, esteticamente, determinou o nascimento de umculto do estilo gótico, em contraposição ao Classicismo propugnado desde o Renascimentoe triunfante na Idade da Razão. Se, assim também na literatura dos "romances", tem suaorigem na poesia dos trovadores medievais, como sugere Denis de Rougemont — a fórmulaimplicando, nesse caso, a contestação do casamento monogâmico cristão. Se, finalmente, éo "liberalismo na literatura", definido por Victor Hugo e, por extensão, a contrapartidaliterária e estética do movimento liberal no âmbito da política, essencialmente um ímpetoantinômico e niilista. Não nos estenderemos, por enquanto, sobre essas graves e difíceisquestões. O problema específico com que estamos aqui preocupados não pode ser, apenas,o do século que deu nascimento ao Moderno, mas o problema histórico da tensão entre oRacionalismo e o Romantismo. Explodindo em sua epifania moderna lá para os meados doséculo XVIII, o movimento romântico contrabalançou e constrangiu a marcha triunfal daRazão, contra ela combatendo e, ao mesmo tempo, estimulando-a com novo vigoremocional. Na literatura, nas artes, na filosofia, nas ciências políticas e, finalmente, nopróprio comportamento das massas, o mito revolucionário romântico constelou energiasinsuspeitas, iniciando um processo de antítese dialética que teceu a história dos últimos 200

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