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O Dinossauro - Ordem Livre

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36nada de que possa lançar mão que não seja suscetível de servir-lhe de ajuda para apreservação da vida contra seus inimigos, segue-se daí que numa tal condição todo homemtem direito a todas as coisas, incluindo os corpos dos outros. Portanto, enquanto perdurareste direito de cada homem a todas as coisas, não poderá haver para nenhum homem (pormais forte e sábio que seja) a segurança de viver todo o tempo que, geralmente, aos homensa natureza permite viver." (Cap. 14)Hobbes declara-se um empiricista na tradição inglesa mas segue, neste particular,linhas geométricas de argumento que obedecem aos postulados a priori da Idade das Luzes.Seu método é o de definições causais inteiramente despidas de colorido emocional. Maiscartesiano do que Descartes, ignora inteiramente o papel que a intuição pode,eventualmente, desempenhar na procura de verdades profundas, através de meios nãoracionais. Na psicologia de Hobbes, as categorias do comportamento humano, tais como assensações, os sentimentos e o pensamento, são examinadas mecanisticamente, como se nãopassassem de meras modalidades do movimento. Até mesmo o prazer, afirma ele, "nadamais é que uma moção do coração". Seu positivismo legal é absoluto.As moções que se relacionam umas com as outras na vida social do homemdeterminam, necessariamente, os fundamentos da política e da arte de governar, enquanto aliberdade poderia ser interpretada, nesse contexto, como uma simples ausência ocasional deobstáculos ao movimento. Vemos que uma tal concepção não é inconsistente com a crençana Necessidade absoluta, determinística e inexorável. Hobbes transfere para a psicologiapolítica e seculariza a noção calvinista radical de Predestinação.Antes de Hobbes já havia Maquiavel proposto metodicamente uma ciência dapolítica, a ser concebida como pura técnica. O Florentino imaginava essa ciência em termosda ética privilegiada do Príncipe o qual, orientado exclusivamente pela sua própria Razãoautônoma, a "Razão de Estado", na perseguição de seus interesses dinásticos específicos, seprivaria, consciente e deliberadamente, de sentimentos humanos mais altos e de umaverdadeira centralização na ordem de sua própria alma. Maquiavel teria idealizado CésarBorgia como modelo do Príncipe, esperando talvez que este unificaria a Itália e expulsariaos estrangeiros. Muito antes do filho do papa Alexandre Borgia, porém, o Imperador ítaloalemãoFrederico II Hohenstaufen, cognominado stupor mundi, já havia tentado criar, empleno século XIII, um protótipo de estado moderno maquiavélico e hobbesiano, a partir desuas bases na Itália meridional. O Príncipe maquiavélico é perfeitamente consciente de seusobjetivos. Procede em direção a metas egoístas de domínio e poder com a astúcia de umaraposa e a fúria de um tigre, sem consideração moral alguma quanto aos meios utilizados.

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